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Estudo percebe o aumento da temperatura média na região de Jacarepaguá

Se há 24 anos a temperatura média da região oscilava entre 20º e 24º, hoje apresenta picos de 34º. Construções para a Rio 2016 podem agravar o quadro.

Por meio de um panorama histórico a aluna de Geografia Tainá Laeta Felipe Brito demonstrou a ocorrência do aumento da temperatura média na região da Baixada de Jacarepaguá do ano de 1985 até 2006. De acordo com o estudo, a elevação é em decorrência do crescimento urbano ocorrido na região no período. A aluna apresentou o trabalho nessa terça-feira (6/10) no auditório da decania do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, como parte da XXXI Jornada de Iniciação Científica da UFRJ.

Em 1985, as temperaturas médias ficavam na faixa de 20 e 24 graus. No estudo realizado em 2006, a média oscilava entre 26 e 28, tendo locais com média de 32º. A retirada da cobertura vegetal, a ocupação desordenada da região e a criação de rodovias são vistas como as causas da alteração climática.

Para Tainá Brito cabe ao poder público considerar esses fatores para frear a crescente urbanização da região e priorizar as remanescentes áreas verdes de Jacarepaguá. “O poder público poderia viabilizar uma melhor ocupação da população”, comenta a autora, “não retirando cobertura vegetal da região e instaurando uma ocupação mais regular, sem desmatamentos, melhorando a estrutura dos locais já ocupados e evitando causar mais impactos”.

A região estudada engloba os nove sub-bairros de Jacarepaguá (Anil, Curicica, Freguesia, Gardênia, Jacarepaguá, Pechincha, Praça Seca, Tanque e Taquara) e algumas partes da Barra da Tijuca e do Recreio. O local foi escolhido por ter recebido grandes investimentos e ter crescido muito desde a década de 1960.

Durante a apresentação foi destacado o impacto que as construções para as Olimpíadas em 2016 podem causar à região, já que na parte mais litorânea da baixada, onde ficam a Barra da Tijuca e o Recreio, o crescimento acelerado da ocupação em forma de grandes condomínios de luxo causou o maior aumento de temperatura do estudo, tendo pontos em que a média chegou a 34º.