Em breve será inaugurado o Centro de Vacinação de Adultos (CVA) da Divisão de Saúde do Trabalhador (DVST), no Centro de Ciências da Saúde (CCS), da UFRJ. A localização não poderia ser mais adequada: “um lugar onde existem cursos da área de saúde é habitado por uma comunidade que necessita ter seus esquemas vacinais cumpridos”, afirma Maira Fontanelli, coordenadora do CVA.
O CVA, que já funcionou em outros locais, começou pequeno; desde que Maira iniciou seu trabalho na DVST, ficava inquieta com o fato de a UFRJ ter muitos servidores e alunos em convívio com doenças facilmente evitadas por vacinas. “Foi quando tive a ideia do projeto que, após aprovado, funcionava numa pequena sala e atendia inicialmente servidores e alunos alojados”, relata a enfermeira.
No entanto, o serviço cresceu, assim como a demanda. “Com esse crescimento, não se pode discriminar quem será vacinado. Portanto, solicitamos credenciamento junto às Secretarias Municipal e Estadual do Rio de Janeiro, e à Vigilância Sanitária. O CVA é então destinado a toda população circulante na Cidade Universitária, respeitando a faixa etária, a partir de 14 anos”, aponta Maira.
As antigas instalações do CVA, próximas à Reitoria da UFRJ, ficaram pequenas diante da procura e eram de difícil acesso. “Precisávamos de um lugar maior e mais bem localizado. Procuramos o decano e a Superintendência do CCS, que apoiaram a idéia da mudança junto com a Pró-reitoria de Pessoal. Surgiu então o novo espaço que será inaugurado, na entrada do bloco L do prédio do CCS”, indica Fontanelli.
A enfermeira considera pouco divulgada a vacinação de adultos no Brasil. Segundo ela, o ideal é que todos mantenham uma carteira de vacinação. O CVA continuará dando o exemplo. “É preciso conscientizar sobre a necessidade e importância do documento, começando pelos próprios profissionais de saúde”, observa.
Vacinas disponíveis
As vacinas de rotina oferecidas são contra hepatite-B, tétano, difteria e as duplas ou tríplices-virais, para sarampo, caxumba e rubéola. “Importante destacar que o tétano pode ser acidental ou neonatal. É fundamental ter esta vacina”, ressalta Maira. Nas manhãs de quarta-feira é fornecida vacina contra a febre amarela, destinada a quem vai para zonas endêmicas, de transição e indivíduos que vão viajar para o exterior.
Também é oferecida a vacina da raiva. Mas em caso de pós-exposição (quando a pessoa foi mordida por um animal que poderia estar contaminado), antes é necessário procurar um centro de referência em raiva. A vacinação contra a gripe é feita anualmente, durante as campanhas, priorizando-se os idosos. Maira informou que devem chegar ao estoque vacinas contra influenza H1N1.
Expectativas
Faltam poucos detalhes para que o CVA entre em funcionamento no CCS. “É necessária a instalação do ar condicionado e colocação do novo piso, que precisa ser especial”, assinala Maira. Ela também ressaltou que os recursos humanos estão escassos. No CCS, o CVA deve continuar funcionando de segunda a sexta, das 8 às 16h. “Pretendo manter o horário de funcionamento e venho lutando para que o quantitativo da equipe aumente”, expõe.
A luta pela participação de maior número de profissionais já trouxe resultados positivos: o professor Edimilson Migowsky, do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) da UFRJ, um dos melhores infectologistas do Brasil, de acordo com Maira, cedeu parte de sua carga horária para contribuir com o CVA. “Isso representa um ganho, especialmente em nível de pesquisa e estudo”, avalia.
A expectativa é também de participação de acadêmicos da Faculdade de Medicina (FM) e da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) da UFRJ. Além disso, há parceria em vista com a Escola Politécnica (POLI) da UFRJ e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “Tudo indica que a demanda continuará a crescer e futuramente teremos que procurar um lugar ainda maior. Uma das propostas do Estado para a Cidade Universitária é a criação de um centro de referência imunobiológica especial. Este é nosso sonho. Mas a chegada ao CCS representa um enorme ganho”, conclui.