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II Seminário Arabista Luso-Brasileiro na UFRJ

O 2º seminário de arabistas luso-brasileiros está sendo realizado no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ. Até dia 02/09, docentes de Portugal e Brasil se reúnem no Salão Moniz de Aragão com o intuito de reunir arabistas portugueses e brasileiros para troca de experiências e ideias no campo do ensino e da investigação.

Realizada pelo departamento de Letras Orientais e Eslavas do Setor de Estudo Árabe da Faculdade de Letras da UFRJ e Áreas de Graduação e Pós-graduação em Árabe da USP, este ano a atividade acontece em comemoração aos 40 anos do setor de Estudo da Universidade, que tem à frente o professor Alphonse Nagib Sabbagh, que comemora 90 anos no dia 9 de setembro.

O evento conta com a presença de Mostafa Zekri,  da Universidade Nova Lisboa, António Dias Farinha, da Universidade de Lisboa, Eva Maria von Keminitz, da Universidade Católica Portuguesa, Safa Jubran e Mona Hawi, da USP, e Suely Lima, da UFRJ, além de João Baptista Vargens, mediador da mesa e coordenador do evento. Nessa segunda-feira (31/08), os trabalhos começaram com a mesa de debates "História e Política dos Estudos Árabes em Países Lusófonos". Abrindo as considerações, Zekir falou sobre o que é a comunidade arabista e sua influência na cultura portuguesa.

Complementando o discurso de Mostafa, António Farinha contextualizou a influência árabe, inclusive da língua no resto do mundo. Falou também dos diferentes mundos árabes, como o turco, que tem influenciado a Europa. "Há uma enorme comunhão de imigrantes", afirmou.

Eva Maria usou um pouco da história entre Portugal e o mundo Árabe, em especial Marrocos, e abordou a política portuguesa em relação aos árabes, desde guerras a discussões diplomáticas e assinaturas de tratados.

Safa Jubran abriu as falas sobre a união entre USP e UFRJ para a evolução dos respectivos cursos de graduação de árabe comentando sobre a situação da USP e um pouco da história do curso na universidade paulista. "O curso de árabe da USP passou 30 anos vivendo marginalizado." Com novas administrações o curso começou a se desenvolver passando do simples estudo da língua e literatura para um mais abrangente estudo, contando com cursos de história do mundo árabe e filosofia árabe, por exemplo.

Mona Hawi, professora de língua árabe e linguista aplicada da USP, falou sobre seu projeto de elaboração de material didático para o ensino da língua árabe sob a perspectiva de gêneros discursivos. A partir dele busca-se usar o texto ou elemento didático como instrumento de reflexão para o aluno. "Os livros didáticos, muitas vezes, apresentam situações de aprendizagem descontextualizadas de uma realidade situada", comentou. O projeto serviria de pontapé inicial de uma esquematização do contexto de ensino da língua árabe, contemplando diferentes aspectos.
 
Por ultimo, Suely Lima, da UFRJ, expôs sobre as circunstâncias da criação do curso em 1969 e a adoção do método de ensino franco-saudita. Falou também sobre as pesquisas feitas pelos alunos e o uso do setor de ensino por editoras que precisam de auxilio na tradução e contextualização de textos em árabe.
 
"Há a necessidade de uma integração, um trabalho conjunto, para superar as dificuldades", finalizou o mediador da mesa, João Baptista Vargens.