O Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (NEPP–DH) e o Centro de Referência de Mulheres da Maré – Carminha Rosa (CRMM–CR) realizaram na terça-feira, dia 4, a cerimônia de encerramento das oficinas e cursos de arranjos florais, culinária, cuidadoras de crianças, capacitação de agentes de saúde e educação em direitos humanos. Também foi concluída mais uma etapa do programa na "Onda da Lei Maria da Penha" e houve ainda a formação das alunas da oficina de tranças do projeto "Dandaras Maré". Todas as ações integram o projeto "Uma maré de mulheres". O evento lotou o salão Pedro Calmon, localizado no Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ, no campus da Praia Vermelha. Além da apresentação dos trabalhos das alunas, foram exibidos vídeos da campanha contra a violência doméstica e fotos sobre o dia a dia das mulheres e profissionais que participaram das atividades.
Estiveram presentes na cerimônia a professora e supervisora do projeto, Lilia Guimarães Pougy, a coordenadora Eliana Amorim Moura, a vice-coordenadora do CRMM-CR, Maria Augusta Temponi, e a diretora do NEPP–DH, Mariléia Porfírio. Mariléia, que parabenizou a equipe do Centro de Referência e as formandas, "principalmente pela dificuldade de cada participante para chegar até o curso e conseguir terminá-lo", abordou também a ausência do Estado nas comunidades, ressaltando que os cursos integram uma política pública realizada através da universidade. “Temos que lutar para que essas políticas sejam ampliadas. Esse curso não é uma oportunidade que surgiu. É um direito de vocês", afirmou.
Segundo Lilia Pougy, a função da UFRJ é buscar a integração com a sociedade. “Essa integração se dá através da prestação de serviços para projetos e comunidades. Temos que alargar os espaços de cidadania e as práticas de democracia."
No final do evento, as oradoras de cada turma, como Priscila Pereira, do curso "Cozinhando com arte", e Silvana dos Santos Oliveira, do curso “Cuidadoras de crianças”, falaram sobre suas experiências e aprendizados no projeto.
Missão
É válido lembrar que o CRMM–CR tem como objetivos, a partir do exercício interdisciplinar, atender e oferecer acompanhamento psicossocial e jurídico; orientar nas desigualdades de gênero e fortalecer a cidadania das mulheres em situação de violência doméstica; promover debates, estudos e propostas sobre a realidade social brasileira; produzir indicadores sociais; e desenvolver e testar metodologias inovadoras de formulação, execução, monitoramento e avaliação de políticas sociais.
O CRMM–CR acolhe vítimas de violência doméstica, encaminhando-as aos serviços de prestação de assistência. Além disso, promove a reflexão sobre as relações de gênero e favorece a participação das mulheres em grupos de reflexão para recuperação da sua autoestima e reconhecimento e exercício de seus direitos. “O que nós fazemos é o exercício diário dos direitos humanos”, salientou Eliana Moura, coordenadora do projeto na comunidade da Maré.