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A nova comunicação multimídia

"O jornalista multimídia e as narrativas interativas" foi o tema da palestra que a Associação Brasileira de Propaganda (ABP) promoveu na Escola de Comunicação da UFRJ, nesta quarta-feira, 19 de agosto. O evento contou com a participação de Raquel Almeida, ex-aluna da Escola e atual responsável pela plataforma digital de O Globo. A principal defesa da palestrante girou em torno do impacto que a internet trouxe para o jornalismo e  a comunicação de forma geral.

O grande ponto a ser debatido, para a jornalista, é que, hoje, a comunicação é muito mais interativa. A internet é local de reprodução de conteúdos e de busca por eles. Ela explica que os redatores da versão impressa recorrem diariamente à versão on-line para saber o que está sendo mais discutido no mundo; e essa é uma clara mudança na configuração dos meios de comunicação.

Novo perfil “jornalista e leitor”

Segundo ela, pode-se pensar em um paralelo entre o antes e o depois da internet no universo jornalístico. “Antes, havia uma hierarquia na redação. As funções eram claramente definidas e o jornalista era o único autor. Agora, a autoria no jornalismo on-line é coletiva, há uma vasta diversidade de canais de produção de conteúdo. O controle da informação mudou muito”, afirma Raquel.

O antigo papel passivo do leitor foi abandonado. Ele agora é um usuário – com perfil definido –, capaz de enviar críticas em tempo real. No entanto, a mudança mais significativa está justamente nessa nova era de autoria compartilhada, onde esse leitor tem conhecimento de seu poder e sabe que a informação chega até ele.

“Nós, profissionais da comunicação, precisamos ter em mente que o jornalismo básico não muda. Jornalismo continua a ser a capacidade de fazer e contar boas histórias. O que muda agora é o processo pelo qual as contamos. Os mandamentos agora são outros: estar envolvido com as várias mídias, atento às novas formas de negociação e interação; e, principalmente, a esse novo leitor mais participativo”, defende a jornalista.