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Professora portuguesa discute práticas autográficas

“As práticas autográficas: para uma teoria da assinatura” foi o tema que Maria Augusta Babo, professora da Universidade Nova de Lisboa, apresentou em sua palestra, realizada nesta terça-feira, dia 11, no auditório da Central de Produção Multimídia (CPM) da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ. Especialista em teoria e técnicas de escrita e leitura, Maria Augusta afirma que os dispositivos de inscrição, como as assinaturas, configuram as práticas autográficas.

“Esses métodos podem ser observados no próprio corpo do sujeito – como as tatuagens e piercings – ou fora dele, mas ainda relacionado à sua identidade – como as pichações”, explica a professora, que desenvolve projetos de pesquisa sobre a “cultura do Eu”, lidando com objetos que transmitam uma identidade do sujeito.

Maria Augusta abordou o paradoxo da assinatura. “Essa é uma prática autográfica e, portanto, muito relacionada ao sujeito. É uma extensão da memória, através da qual o ser marca e se reconhece depois. Mas é impossível retomar a assinatura original. Toda assinatura será uma falsificação da primeira”, defende a professora.

O dadaísmo foi o primeiro movimento artístico e intelectual a explorar ao máximo essa forma de questionamento da assinatura, que passa a virar um objeto. Para ilustrar, ela expôs uma obra de Marcel Duchamp, composta por suas assinaturas, que deixam de ser a marca de identidade e entram no campo da imagem.