Celi Scalon, professora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), estará no XIV Congresso Brasileiro de Sociologia, que ocorre até o dia 31, no campus da UFRJ na Praia Vermelha.

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Debate sobre desigualdade social é um dos destaques do Congresso de Sociologia

Celi Scalon, professora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), estará no XIV Congresso Brasileiro de Sociologia, que ocorre até o dia 31, no campus da UFRJ na Praia Vermelha.

A discussão sobre as desigualdades sociais compõe uma das mesas-redondas do XIV Congresso Brasileiro de Sociologia, que ocorre até a próxima sexta-feira, dia 31, em várias unidades do campus da UFRJ na Praia Vermelha. Em entrevista ao portal da UFRJ, Celi Scalon, professora titular do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFRJ e secretária-geral da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), abordou um dos principais programas do Governo Federal para melhorar o nível de renda dos brasileiros: o Bolsa-Família. Segundo ela, o projeto não funciona como “aplacador” da desigualdade, mas contribui para a diminuição da pobreza.

“O programa não vai transformar o Brasil em um país de classe média, como a Suécia, mas temos um dos melhores programas do gênero”, afirmou Celi, responsável pela mesa-redonda “Desigualdades Sociais: desafios para a sociedade contemporânea”. Para a secretária-geral da SBS, as diferenças ultrapassam, no entanto, a questão da renda e incluem outras variáveis, tais como a desigualdade cultural, racial e de gênero. “As questões não são autônomas. Quando uma mulher ocupa o mesmo cargo que um homem e ganha menos, isso é desigualdade de gênero, mas também de renda”, argumentou, conceituando igualdade como uma sociedade em que as chances são iguais. 

O congresso

Com o tema geral “Consensos e controvérsias”, o congresso abrange diversas áreas de conhecimento na área de Sociologia. A professora ressalta que a ideia é não se deter a um tópico específico. O evento marca também os 60 anos da SBS. “A história da SBS se confunde com a história da Sociologia no Brasil, pois foi há 60 anos que ela começou a ser compreendida como uma disciplina e passou a ter autonomia”, comentou Celi. 

A programação do Congresso se divide em mesas-redondas, que acontecem sempre das 9h às 11h, conferências, das 11h às 12h, grupos de trabalho temáticos, a partir das 14h, e minicursos, das 19h às 21h. Ao todo, são dez conferencistas convidados de países como China, Canadá e Inglaterra, além do Brasil. “O congresso é um momento de encontro. Sua grande função é criar vínculos para além do evento”, explicou Celi, revelando que o próximo congresso acontecerá em Curitiba (PR) ou em São Leopoldo (RS). 

A professora também idealizou a formação do grupo de estudo Desigualdade e Estratificação, que participa do congresso. Hoje o projeto está sendo desenvolvido por dois colegas, sendo uma orientanda de Celi. Sempre trabalhando com a desigualdade no Brasil, ela lembrou  um projeto que realizou com jovens de classes média e baixa. "Perguntei a adolescentes como eles definiam ‘classe social’. E a resposta foi surpreendente: disseram que é onde vivemos, ou seja, a simples divisão de Zona Norte e Sul. Isso demonstra que a renda pode não ser o principal diferenciador", afirmou a professora, reiterando que, embora não coordene mais o grupo, prevê a inclusão de novos temas e a elaboração de propostas. 

Outra iniciativa que ganhará espaço no evento é o projeto “Sociólogos do futuro”, formado por 526 alunos de graduação ou de mestrado. Eles apresentarão trabalhos em forma de painel. Os banners ficarão expostos e serão avaliados por uma comissão julgadora.