Categorias
Memória

Assédio moral: o que fazer para mudar essa realidade?

 Marisa Palácios, professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC) da UFRJ, colocou em discussão, na última terça-feira (7/7), um tema polêmico: o assédio moral. O assunto foi abordado em palestra realizada no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). A professora destacou que trataria não apenas do assédio moral, que ocorre desde a fase escolar até em situações de trabalho, mas também da violência de uma forma geral.

De acordo com Marisa, o assédio moral pode se direcionar a uma pessoa ou grupo de pessoas e caracteriza-se pela humilhação permanente, cotidiana e repetida, afetando sempre a identidade do outro. “Muitas vezes os maus-tratos e humilhações a que alguns trabalhadores são submetidos repetidamente no ambiente de trabalho chegam a causar danos à autoestima, saúde física e psicológica. Há a possibilidade de provocarem sérios transtornos, que podem levar algumas pessoas até a pensar em cometer suicídio”, relata.

Formas de solução

Marisa acredita que um passo para superar os problemas de assédio moral e violência consiste na criação de espaços para reflexão sobre o assunto, o que deve ser planejado por estabelecimentos e serviços que envolvam estudantes relacionados direta ou indiretamente com a atenção à saúde. “Isso significa pensar na ética das relações interpessoais no trabalho em saúde”, observa a professora.

Para Palácios, gestores e professores, em especial, precisam sair da posição passiva na qual muitos se encontram, de banalização da violência. Ela julga ser necessário que se assuma o papel de intervir sobre o ambiente, discutindo o assunto. “É preciso explicitar os valores que devem nortear as ações dos profissionais, seja na relação com pacientes, alunos e colegas, seja nas atividades de ensino, pesquisa e assistência. Ou ainda nas atividades de gestão”, expõe. Ela apontou que, para que isso ocorra, o respeito ao outro e o diálogo são ingredientes fundamentais.