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Representante do Itamaraty cobra ética ambiental

Representante do Departamento do Meio Ambiente e Temas Especiais do Itamaraty, José Solla cobrou, na abertura do IV Simpósio Internacional de Meio Ambiente, realizada, no último dia 6, uma postura mais ética na política ambiental das nações desenvolvidas. Ele criticou o fato desses países tentarem impor uma dívida ecológica aos países em desenvolvimento.

“É como se você chegasse tarde a um happy hour. Todos já beberam e comeram. Você só pede um chopp. Mas quando vem a conta querem lhe cobrar R$ 2 mil. Os países desenvolvidos criaram os problemas climáticos. Nós só chegamos agora”, argumentou Solla durante o evento, realizado no auditório Pedro Calmon do Fórum de Ciência e Cultura, no campus da Praia Vermelha.

Segundo ele, o desmatamento, típico de países em desenvolvimento, é responsável por apenas 17,4% das emissões de gás carbônico na atmosfera, enquanto a maior parte da poluição do planeta decorre da produção de energia, característica das nações do primeiro mundo.

“O Reino Unido tem 98% de sua energia produzida por queima de combustíveis fósseis. Eles utilizam essa fonte há 120 anos. Como comparar com o que o Brasil poluiu até agora?”, enfatizou.

Ele destacou ainda o esforço do país na tentativa de diminuir os problemas ambientais, citando a indústria automobilística. “Quase 100% dos carros vendidos no Brasil funcionam com o sistema Flex, permitindo que o motorista utilize tanto a gasolina quanto o álcool para abastecer”. De acordo com o representante, a opção pelo uso do etanol nesses veículos teria evitado o lançamento de 680 toneladas de gás carbônico na atmosfera.

Outros países também estariam buscando o desenvolvimento sustentável. De acordo com Solla, a China destrói antigas termelétricas na mesma velocidade com que constrói novas usinas, porém mais modernas e menos agressivas ao ambiente.  “É preciso que haja mais cooperação internacional e soluções ecologicamente viáveis. Precisamos fortalecer as responsabilidades comuns”, concluiu.

Também participaram da mesa de abertura Sarai de Alcântara, professora do Instituto de Química (IQ/UFRJ) e organizadora do evento; Tânia Alfonso, representante do Ministério de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Cuba; Cássia Turci, diretora do IQ/UFRJ; Fernando Gusmão, representante do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro e Luís Costa Lima, coordenador-geral de Educação Ambiental.