Abertura do evento "Índia, ontem e hoje: história, cultura e sociedade" contou com a presença do professor Abhijit Karkun, da Jawaharlal Nehru University

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Memória

Alunos do Ifcs assistem a aula sobre Índia

Abertura do evento "Índia, ontem e hoje: história, cultura e sociedade" contou com a presença do professor Abhijit Karkun, da Jawaharlal Nehru University

 Uma aula sobre a Índia. Assim pode ser resumida a palestra de abertura do seminário “Índia, ontem e hoje: história, cultura e sociedade”, ocorrida na última terça-feira (7), no salão Nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (Ifcs) da UFRJ.

Ministrada por Abhijit Karkun, professor da Jawaharlal Nehru University (Delhi, Índia), a palestra abordou os principais momentos da história indiana. Por mais de duas horas, Abhijit discorreu, a um público composto, principalmente, por alunos do curso de Relações Internacionais, sobre as correntes religiosas, o multiculturalismo, a não-violência e o nacionalismo que marcaram a ascensão da Índia como um dos países emergentes do século XXI. “Se a Índia hoje está em cima, um dia ela esteve embaixo”, disse o professor.

Sétimo país em extensão territorial, a Índia possui 22 línguas reconhecidas legalmente e mais de 2 mil dialetos. A expectativa de vida é de 65,6 anos para mulheres e de 63,9 para homens. O país tem a segunda maior população do globo, com 1,1 bilhão de habitantes, que representam 16,7% da população mundial. “Pode-se imaginar o quão difícil é alimentar essa quantidade enorme de pessoas”, ressaltou Abhijit.

Para contextualizar a realidade da Índia, Abhijit recorreu à História Antiga do país. Ele expôs que as primeiras comunidades indianas, datadas de 4.500 a.C., já eram bem planejadas e construídas: possuíam casas com portas, janelas e paredes pintadas, e as ruas já contavam com rede de esgoto. Nesse período, ainda não havia qualquer religião organizada.

O sistema de castas, importante divisão social da sociedade hindu, começa a se formar por volta de 2.000 a.C., no período védico. Inicialmente, a organização das castas se dava, ainda que não de maneira explícita, em função do tipo de trabalho executado pelos cidadãos. “Os dalits executavam o trabalho sujo, o que causava aversão e, aos poucos, contribuía para a exclusão desse grupo”, sublinhou o professor, questionando: “Como as pessoas podem nascer presas a uma casta se elas nascem livres?”

No ano 600 a.C., as castas se tornam hereditárias. É nesse período, também conhecido como era axial, que surge o Jainismo, religião praticante, dentre outras coisas, da não-violência, postura que viria a ser difundida por Gandhi, no século XX. Nessa mesma época, aparece também o Budismo, que, segundo Abhijit, conseguiu respaldo entre os indianos por ser uma doutrina de fácil acesso.

O professor indiano discorreu ainda sobre a invasão árabe à Índia e sobre o domínio britânico. Ele enfatizou que a passagem dos muçulmanos pelo país foi marcada por atos cruéis e violentos. “A Índia foi invadida várias vezes, mas sempre aprendeu alguma coisa. Mesmo o invasor acaba se tornando parte da nossa própria cultura”, pontuou.

Seminário vai até quinta-feira

O seminário, fruto de uma parceria entre o Setor de Convênios e Relações Internacionais do Gabinete do Reitor (SCRI/GR) e pelo Laboratório de Estudos da Índia e Ásia do Sul (LEAIS), vai até quinta-feira, dia 9 de julho. A entrada é franca. Confira abaixo os temas das próximas palestras:

8 de julho – 15h
As instituições na Índia moderna: democracia, sistema educacional, o surgimento da classe média, o processo de industrialização, o “milagre indiano” e a questão da mídia.

9 de julho – 15h
Emergência da Índia como uma potência global – um mito ou uma realidade?