Categorias
Memória

Encontro Nacional de Farmácias Universitárias discute homeopatia

 De 8 a 10 de junho o Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ abrigou o II Encontro Nacional de Farmácias Universitárias, que teve como tema central “Farmácias-Escola: discutindo o hoje para a construção do amanhã”. O segundo dia do evento (09), que aconteceu no auditório Hélio Fraga, trouxe uma discussão sobre a farmácia homeopática intitulada "Matrizes Homeopáticas, Recursos em extinção".

Estiveram presentes no encontro o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Leandro Machado Rocha, representando a farmacopeia brasileira, a farmacêutica homeopata Maria Cristina Ferreira da Silva, da Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas, Carlos Ribeiro Rosestolato, da Câmera Técnica de Homeopatia, a farmacêutica Amarilys Toledo e a professora Teresa Cristina Leitão, da Universidade Estácio de Sá.

O primeiro palestrante, Leandro Rocha, iniciou o seu discurso falando um pouco sobre a criação da homeopatia pelo médico alemão Christian Hahnemann, já que este é um tipo de medicina não tradicional e por isso menos conhecido. Mas, segundo ele, o interesse na área vem crescendo na medicina e se expandindo para outras áreas, como, por exemplo, a veterinária e a agronomia. As vantagens da alternativa vão desde a ecológica e a econômica até a menor toxicidade para o corpo.

— É uma área de crescimento e a chance de abertura de concursos públicos para homeopatas é grande. Agora, essa coisa de dizer que não funciona, que é só água, está acabando — diz Leandro.

Os medicamentos homeopáticos contam com insumos ativos de origem animal, vegetal ou mineral. "São 70% de origem vegetal, talvez por isso exista certa confusão com a fitoterapia. Entretanto, existem diferenças, pois as duas possuem manuais de preparo distintos", esclarece o palestrante.

Ele conta que a farmacotécnica (manipulação dos princípios ativos) homeopática foi criada também por Hahnemann e aponta que o desafio hoje é em relação ao controle de qualidade que ainda precisa ser melhorado. No Brasil, a primeira farmacotécnica foi a de 1976.

Segundo Leandro, as etapas para obtenção de matrizes vegetais são: o cultivo, a colheita, a secagem, o armazenamento, a moagem e a extração. O professor listou também os fatores que influenciam a qualidade do medicamento, que depende de material; métodos; maquinaria e instalações; mão de obra e meio ambiente. O evento contou ainda com outras palestras no próprio dia e se encerrou na quarta-feira (dia 10).