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Jornada de Nutrição traz alerta sobre a ingestão de lipídios

O Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) realizou nesta quinta-feira (07/05) sua V Jornada de Nutrição Clínica no Auditório da Biblioteca Central do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Com o tema “Lipídios na Prática Clínica (efeitos positivos e negativos na saúde)” o evento trouxe palestras e conferências de pesquisadores da UFRJ e de outras instituições com o objetivo de promover o intercâmbio de informações entre especialistas e acadêmicos.

O tema é de grande relevância, já que são poucos os grupos de pesquisa abordando o assunto no momento. Além disso, os hábitos alimentares inadequados, com destaque para o alto consumo de gorduras decorrente da atual dieta ocidental baseada em produtos industrializados, contribui para diversas doenças como câncer, obesidade e doenças cardiovasculares.

A mesa de abertura foi composta pelo decano do CCS, Almir Fraga Valladares, pela professora Eliza Lacerda, representado a diretoria do INJC e pela doutora Eliane Pezzuto, chefe do Serviço de Nutrição e Dietética do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). O decano cumprimentou a organização da jornada e parabenizou-a pela escolha do tema. “A sociedade atual, principalmente nos grandes centros, é induzida pela propaganda e pela falta de tempo a refeições rápidas, mas que são hipercalóricas e hiperlipídicas e que acabam conduzindo a distúrbios de saúde”, aponta Almir Fraga.

A primeira conferência, “Programação do perfil lipídico”, foi proferida por Egberto Gaspar Moura, professor de Fisiologia da Universidade Estadual do Rio Janeiro. “A desnutrição vem cada vez mais desaparecendo, mas ao mesmo tempo vem surgindo uma epidemia de sobrepeso e obesidade”, diz o professor.

Ele faz um alerta de que a criança obesa será um adulto obeso, pois por mais que ela emagreça, terá mais dificuldade de manter o peso do que uma criança magra. Por isso as medidas preventivas são essenciais.

Segundo ele as dificuldades na manutenção do peso corporal se formam muito cedo, no período intra-útero ou durante os primeiros anos da nossa vida, principalmente na fase de lactação. Nessa fase o organismo materno sinaliza, através do leite, como vai se desenvolver a nutrição pelo resto da vida, o que era vantajoso para a adaptação durante a vida selvagem.

— Nós adoramos o que é diferente, porém durante a nossa história evolutiva a nossa adoração era pelo personagem obeso, que era extremamente raro de acontecer. Isso muda depois da segunda guerra mundial até hoje, quando nos tornamos obesos e adoramos a figura magra das modelos.

De acordo com o professor, isso se deve ao fato de que ao longo da evolução, nós passamos por fome constante. Através da seleção natural desenvolvemos organismos altamente eficientes do ponto de vista energético. O corpo mantinha uma adiposidade ideal porque era raro encontrar alimento e o ser humano vivia em perigo constante. A nossa eficiência na utilização da energia está no depósito adiposo, que é responsável pelo acúmulo dessa energia. O tecido adiposo é também responsável pela produção de hormônios.