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Ministra do STJ defende humanização da Justiça

 A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Fátima Nancy Andrighi abriu nesta segunda-feira, dia 27, as atividades da Ouvidoria Geral da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A conferência, realizada no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), no campus da Praia Vermelha, teve como tema “Mediação de conflitos e humanização da justiça”.

Com 33 anos de experiência na atividade de juíza, especialmente no campo do Direito de Família, Nancy Andrighi defendeu, durante a conferência, a formação de quadros específicos de mediadores no Poder Judiciário. A função do mediador, segundo ela, é aplicar a lei de forma humanizada, atuando com o objetivo de “proporcionar o bem-estar das partes para que as relações sejam reatadas”. Na concepção tradicional, afirma Nancy, o juiz toma uma decisão, muitas vezes, baseado na capacidade técnica dos advogados, esquecendo-se dos sentimentos das partes que estão diretamente envolvidas no litígio.

Crítica do excesso de formalismo e do processo impositivo dos tribunais, Nancy estabelece outra diferença fundamental entre a mediação de conflitos e o Judiciário: “O Judiciário trabalha com o passado. A mediação, com a reconstrução do amanhã”, afirma a juíza, ressaltando a importância do diálogo na diluição dos conflitos. De acordo com a ministra do STJ, essa concepção de Justiça deve ser valorizada ainda no ambiente escolar.

A conferência de abertura contou com a presença de Cristina Ayoub Riche, ouvidora-geral da UFRJ, Pedro Batista Martins, professor convidado da Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, e Sérgio Luis Carneiro, procurador-geral da UFRJ.