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Instituto de Psiquiatria discute drogas

“Drogas: epidemiologia, clínica e neurobiologia” foi o tema da palestra apresentada na última sexta-feira (27/03) em mais uma Sessão de Estudos oferecida pelo Instituto de Psiquiatria da UFRJ. A palestra foi iniciada com uma pequena apresentação feita por Elie Cheniaux, médico e pesquisador do Instituto. Em seguida, ele passou a palavra para Alexandre Valença, professor do Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Saúde Mental da UFRJ.

O palestrante fez inicialmente uma breve introdução sobre a questão das drogas, responsáveis, segundo ele, pela devastação da sociedade ocidental contemporânea. “É importante perceber que 0,6% da população mundial é dependente de substâncias.” Alexandre explicou que as drogas mais usadas no mundo são a maconha e as anfetaminas. No Brasil, a cocaína ocupa o segundo lugar.

O professor falou também sobre a diferença entre o uso nocivo das drogas e a síndrome de dependência. “O uso nocivo das drogas apresenta como características um padrão de consumo patológico, certo padrão comportamental, atitudes repetitivas e repercussões em termos de saúde física. Já a síndrome de dependência pode ser definida como um forte desejo ou compulsão pela droga, estado de abstinência, dificuldade de controle e evidência de tolerância.”

Alexandre Valença explicou de que forma cada tipo de droga age no cérebro e quais são seus principais efeitos e consequências:

− A maconha tem como princípio ativo o THC. Ela não é uma droga letal, pois não há receptores no tronco cerebral e na medula. Alguns especialistas acreditam que a maconha abre o apetite dos pacientes com AIDS e evita a náusea em quem faz quimioterapia. Os efeitos crônicos que ela provoca são a bronquite, a infertilidade e os déficits cognitivos − afirmou o palestrante. −A cocaína provoca a perda de peso, a congestão nasal, a sensação de euforia, o egocentrismo e as arritmias cardíacas − complementou.

No final da apresentação, o professor disse estar alarmado com os dados relativos ao aumento do uso das drogas nos últimos anos. “Isso é bom para questionarmos se essa política de proibição das drogas funciona”, concluiu Valença.