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Presidente do BNDES abre série de seminários do Instituto de Economia

 O Instituto de Economia da UFRJ realizou no dia 10 de março, terça-feira, a palestra “O Brasil e a Crise Econômica Mundial”, proferida por Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A palestra fez parte da cerimônia de abertura da série de seminários 2009, organizada pelo Programa de Pós-graduação em Economia da UFRJ, que completa 30 anos.

Luciano Coutinho abordou inicialmente a crise econômica e suas conseqüências para o Brasil. Segundo o presidente do BNDES, havia a expectativa de que a crise atingiria apenas determinados setores da economia, sendo logo superada. No entanto, a perspectiva atual não é das melhores.

– Nenhum analista consegue avaliar a extensão da crise, pois é um processo em curso, cujas conseqüências ainda não podemos determinar – disse Coutinho. O presidente do BNDES afirmou ainda que especialistas estimam a perda do capital americano em cerca de US$ 3 a US$ 3,7 trilhões. “Muitas teorias foram por terra com as dimensões atingidas pela crise, que afeta o coração da economia global”, declarou.

No entanto, Leonardo Coutinho acredita que, assim como ocorreu no colapso econômico mundial de 1929, é possível encontrar soluções para a crise atual. “Talvez mais que o Brasil, apenas China e Índia tenham condições para superar a crise”, considera o professor.

– A economia brasileira pode passar apertada por 2009, mas tem condições de continuar crescendo. Na década de 30, apesar de tudo, a nossa economia cresceu em contraste com outras economias do mundo – declarou o presidente do BNDES, acreditando ser possível o Brasil crescer caso mantenha o controle sobre a estabilidade, apesar de depender de uma série de outros fatores.

Leonardo Coutinho afirmou ainda o papel da Universidade nessa discussão, destacando a importância da reflexão intelectual. “Não se deve restringir o ambiente acadêmico a um exercício crítico. É preciso ter, de um lado, humildade e, do outro, uma grande reflexão teórica. É necessário olhar para o mundo real para ver como a crise está afetando as cadeias coletivas”, disse. Por fim, Coutinho ressaltou: “aprofundar essas discussões na Universidade pode ajudar o BNDES e o país”.