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Medicina no século XIX no Brasil

 Sob a orientação de Diana Maul, professora da Faculdade de Medicina da UFRJ, o aluno Cassiano Mendes Franco apresentou o pôster “Medicina no Século XIX no Brasil: A Produção Científica Nascente”. De acordo com ele, o século XIX marca mudanças profundas no conhecimento dos fenômenos da vida como objeto do conhecimento científico, e também da doença. A revolução microbiológica torna obsoletas, a um só tempo, as teorias miasmática e contagionista de transmissão das doenças. Mas também, reafirma-se a doença como fenômeno social.

No Brasil, a partir de 1808, tratava-se não só de absorver a incrível quantidade e diversidade de conhecimentos trazidos da Europa, mas de recuperar 300 anos de colonização predatória e restritiva da produção de conhecimentos. A imprensa é contemporânea das grandes navegações dos séculos XV e XVI, mas no Brasil ela só é autorizada a existir com a transferência da monarquia portuguesa. As primeiras escolas médicas são criadas, na Bahia e no Rio de Janeiro, em 1808.

No entanto, no breve espaço de tempo de 60 anos, vemos se consolidar uma produção científica de vulto que tem como exemplo dos mais claros a “Escola Tropicalista Baiana” (ETB). “A partir da atuação dos pesquisadores desta ‘Escola’, entre 1866 e 1868, refletida na publicação da Gazeta Medica da Bahia, discutimos os primórdios da produção científica na área da saúde no Brasil. A primeira série da Gazeta consta de sete volumes com 24 fascículos cada, publicados de 1866 a 1874. Estudamos e analisamos os dois primeiros volumes, publicados em fac-simile como volume IX da coleção Brasiliensia Documenta. Apresentamos os principais tipos de trabalhos publicados, discutindo a atualidade desta produção na época e as evidências de diálogo com a produção científica européia”,  explica Cassiano.


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