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As manifestações sociais da América Latina

A estudante Alice Coutinho da Trindade, da Faculdade de Educação da UFRJ, apresentou nesta quinta, dia 6, o projeto sobre o Observatório Social da América Latina (OSAL), do qual participa. A palestra aconteceu no Anexo da Escola de Serviço Social, no campus da Praia Vermelha.

A iniciativa, envolvendo vários países da América Latina e Caribe, tem a parceria da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Sob a orientação do professor Roberto Leher, a pesquisa da estudante consiste em elaborar uma cronologia dos conflitos sociais do continente latino-americano, destacando as principais temáticas a partir de fontes da Internet, da análise de grandes veículos impressos de comunicação, como o jornal O Globo e Folha de S. Paulo, e de jornais ligados a movimentos sociais, como o Brasil de Fato e Agência Carta Maior. Além disso, o projeto ainda promove um curso de militância política para estudantes.

“O Observatório procura ‘homogeneizar’ os conflitos, para que assim seja possível identificar os protagonistas desses movimentos sociais, as formas de manifestação, quais as motivações, as localizações e contra quem estão lutando”, explica Alice.

Alguns resultados do projeto revelam, nos últimos anos, um aumento do número de conflitos de origem camponesa e outros ligados a sindicatos de servidores públicos. Neste último caso, um exemplo foi a recente greve nos bancos.

O estudo dessas manifestações, segundo a estudante, é essencial para se pensar a relação do neoliberalismo com as reinvidações dos trabalhadores. Para Alice, a atuação do meio acadêmico vai além dessa interpretação. “A Universidade deve dialogar com os protagonistas desses eventos, para produzir conhecimento e entender a realidade brasileira. As questões não se restringem somente aos conflitos. Existem tópicos muito mais complexos, como a expansão da produção da soja”, afirma.

O Observatório Social da América Latina se divide em dois grupos: um que realiza, a cada quatro meses, uma síntese bibliográfica dos acontecimentos e outro que produz, a cada bimestre, um relatório conjuntural dos movimentos sociais, procurando observar o comportamento da sociedade e as ações do governo em relação ao assunto. Em breve, todas essas informações estarão disponíveis na Internet.

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