É tempo de festa na UFRJ. O motivo é a trigésima edição da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC 2008), que reúne cerca de 4 mil alunos apresentando mais de 3 mil trabalhos das mais diversas áreas do conhecimento, dos dias 3 a 7 de novembro. Esse ano, a Jornada ocorre durante cinco dias (dois a mais do que nas edições anteriores) e se destaca pelas novidades, programadas para fazer do evento um sucesso.
Para Sandra Maria Feliciano de Oliveira e Azevedo, coordenadora acadêmica da Jornada, essa edição é especial, exatamente por se tratar do aniversário de 30 anos da edição. “É uma das mais antigas Jornadas de Iniciação Científica do Brasil. Decidimos comemorar, fazendo esse evento diferente dos anteriores”, informa a coordenadora.
Entre essas novidades, destaca-se a realização de mesas-redondas com convidados ilustres. As tardes dos dias 4, 5 e 6 serão marcadas pelas conversas com ex-alunos da Iniciação Científica da UFRJ que se destacaram em suas respectivas áreas. São presenças confirmadas Carlos Ivan Simonsen Leal, presidente da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Alexandre Pinto Cardoso, diretor do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), entre outros nomes.
A semana também é marcada pela realização simultânea do 5º Congresso de Extensão. Ao realizar os dois eventos ao mesmo tempo, a organização aposta em levar para os alunos uma visão mais ampla sobre a Universidade. “Essa iniciativa vai proporcionar uma visão mais completa do que ocorre na Universidade”, explica Sandra Maria.
Para Lucienne Morcillo, uma das coordenadoras no Centro de Ciências da Saúde (CCS), os eventos se complementam. “A JIC basicamente mostra o que é feito aqui dentro. O Congresso de Extensão vai mostrar como esse conhecimento produzido dentro da Universidade reflete na sociedade”, comenta.
CCS: a Jornada e os novos cientistas
O CCS é um dos maiores focos de produção acadêmica da Universidade. Na Jornada, isso se reflete com uma participação de cerca de mil resumos. Lucienne explica que, para os alunos dessa área, a participação na Jornada pode significar o começo importante de uma carreira acadêmica. “Eles começam com a iniciação científica e não param por aí. Normalmente seguem para o mestrado e doutorado e acabam se tornando professores da Universidade”, afirma Lucienne, que percorreu, ela mesma, esse caminho.
Para a professora, o evento é uma oportunidade importante para que os alunos saiam do ambiente restrito de sala de aula e busquem o conhecimento com uma postura mais ativa. “Para eles, é o primeiro passo, em que podem construir uma relação de troca com os professores. Nesse momento, eles não estão em sala de aula e a conversa passa a não ser mais apenas entre professor e aluno, mas sim de colegas que vivem em ciência juntos”, comenta Lucienne.
Suspensão das aulas
Para garantir essa vivência acadêmica para todos, uma decisão inédita do Conselho de Ensino de Graduação (CEG) permitiu que as aulas fossem suspensas durante a semana da JIC. Para Sandra Maria, é um reconhecimento da importância do evento. “Como consideramos que a Jornada é também uma atividade importante na formação dos alunos, foi um reconhecimento muito importante para a gente, pelo CEG ter determinado”, afirma.
Segundo ela, era comum que o aluno ficasse confuso sobre que atividade participar. “Quando as aulas não eram suspensas, professores podiam marcar atividades importantes na semana da Jornada, então o aluno não sabia se ia apresentar o trabalho, ou se ia para a aula, acabava gerando certo conflito”, destaca.
Valéria Magalhães, também coordenadora do evento no CCS, lembra que não ter aulas não significa não aprender. “É mais uma forma de integração, em que as pessoas não vão estar dentro de sala de aula, mas que não deixa de ser um aprendizado”, comenta. “É preciso incentivar os alunos a modificarem o modo de pensar. Não ter aula não significa que não seja preciso ir à Universidade. Há, sim, nesse momento, uma atividade de aprendizado”, reforça Lucienne.
Premiação
Com o objetivo de estimular a participação e o empenho dos estudantes, a coordenação da Jornada preparou um sistema de premiação, que varia de acordo com os critérios de cada Centro. No CCS, 30 trabalhos dos mil expostos devem ser contemplados. De acordo com Lucienne, difícil é escolher o melhor. “Percebemos o empenho muito grande da parte dos alunos. Há uma qualidade muito alta nos trabalhos selecionados”, comenta a professora
A premiação se dá a partir da avaliação dos trabalhos: 30 são escolhidos para a sessão final; desse grupo, cinco são eleitos os melhores e contemplados com uma menção honrosa. O melhor trabalho ganha um prêmio em dinheiro da Fundação Universitária José Bonifácio (FUJB) e os demais selecionados recebem um pen-drive, doado pela Coordenação do CCS.
Local
Apesar dos esforços para concentrar as atividades na Cidade Universitária, a JIC ocorre em locais diversos, divididos entre os campi da Cidade Universitária e da Praia Vermelha. “Por uma questão financeira, não conseguimos alocar os recursos para instalar uma tenda para receber todos na Cidade Universitária”, explica Sandra Maria. “Estamos, portanto, respeitando a decisão dos centros que não quiseram vir para cá. Alguns, contudo, virão, como o Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) e o Fórum de Ciência e Cultura (FCC). No próximo ano, vamos tentar buscar melhorias, mas isso depende muito das melhorias no financiamento", afirma a professora.
As atividades da JIC ocorrem durante o dia todo. A programação completa do evento pode ser encontrada em http://www.pr2.ufrj.br.