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Palestra sobre iluminação cênica na inauguração da sala Vianninha

O curso de Direção Teatral, da Escola de Comunicação da UFRJ, inaugurou nesta quinta-feira, dia 11, o salão Oduvaldo Vianna Filho, chamado pelos alunos de Vianninha, localizado no Palácio Universitário da UFRJ. O salão passou recentemente por uma reforma, impulsionada pela importância do espaço para os estudantes, que o utilizam para ensaios e encenações.

Durante a solenidade de reabertura do Vianninha, foi realizada a palestra Random thoughts of a visiting lighting designer, proferida por Michael Ramsaur, professor do curso de teatro da Universidade de Stanford e presidente da Organização Internacional de Cenógrafos, Técnicos e Arquitetos de Teatro (OISTAT). O encontro foi mediado por José Henrique Moreira, professor do curso de Direção Teatral da ECO.

Ramsaur, que trabalha com teatro há mais de 35 anos, apresentou um histórico sobre o uso da iluminação em peças teatrais, que já mostrava sua importância desde o século XVIII. “O controle da luz era, a princípio, feito com latinhas que, de acordo com o efeito desejado, eram colocadas sobre as velas. Isso evidencia que já havia pessoas preocupadas com o efeito de iluminação”, conta o professor. Depois, com a iluminação a gás e em seguida elétrica, foi possível fazer o real controle da luz.

O reconhecimento do iluminador no teatro, no entanto, se dá apenas na primeira metade do século XX. “Com a crise de 1929 nos Estados Unidos, um dos projetos do governo foi ampliar os postos de trabalho. Com isso, foram desmembradas no teatro as funções de iluminador e cenógrafo”, explica o teatrólogo americano.

Atualmente, Ramsaur afirma haver um interesse pela criação visual no teatro contemporâneo, que explora as possibilidades da iluminação. “Há uma tendência de menor uso da decoração, do cenário, e maior utilização da sombra, da penumbra”, explica. Segundo o palestrante, esse recurso dá a possibilidade de explorar as sensações e emoções do personagem, por exemplo. Essa gama de possibilidades permite um conceito de cenografia diferente do usual, conforme Ramsaur emprega: “é dispor de todas as formas de composição da cena, como atmosfera do palco, saturação da cor, focos da composição. Esse conceito começa a se aproximar de direção teatral”, descreve o professor, que termina: “é preciso entender também criação visual como representação”.