O candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pela coligação PSOL e PSTU, Chico Alencar, esteve nesta quinta, dia 11, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ para apresentar seus projetos e metas para a cidade. Ele abordou a questão da prestação de contas das campanhas e a apatia popular em relação ao pleito de 5 de outubro, além de discutir suas propostas para as áreas de educação, meio ambiente e transporte.
No debate, realizado no Salão Pedro Calmon, o candidato ressaltou que o partido está na disputa para resgatar a dimensão emancipatória da política. Uma das diretrizes da sua campanha, destaca Alencar, é a transparência em relação ao financiamento para sua candidatura. “A porta da corrupção política no Brasil é o financiamento privado das campanhas”, afirma Chico Alencar, acrescentando que esses recursos não são geralmente divulgados.
A corrupção, segundo o candidato, tem sido motivo para a imagem de pasteurização que o eleitor tem sobre os políticos. “Segundo pesquisas, mais de 35% dos votos são nulos ou brancos. Essa é a vitória da apatia, do desencanto da população”, lamenta, enfatizando a necessidade de um engajamento dos cidadãos. “Sem a participação popular, uma candidatura não acontece”.
Chico Alencar deu especial destaque para a pasta da educação, para a qual pretende destinar os obrigatórios 25% de arrecadação de impostos, percentual que ele afirma não ter sido destinado no atual governo. Seu objetivo é “expandir a rede pública e aprimorar a educação, mantendo por turma no máximo 30 alunos, ampliando, para isso, o número de salas de aula e de escolas”. Com isso, o candidato planeja reformar ou construir em média 300 salas de aula, com prioridade para creches e educação infantil.
Além disso, Alencar propõe um “compromisso com a universalização da reciclagem”, ou seja, políticas que incentivem a educação ambiental nas escolas. Ele defende uma maior integração entre cooperativas de catadores de materiais recicláveis e a coleta de lixo realizada pela Comlurb. Também pretende incluir na pauta a criação de usinas para tratamento de lixo orgânico – que pode ser convertido em adubo.
Em relação aos trabalhadores informais, como vendedores ambulantes e motoristas que fazem o transporte alternativo na cidade, ele propõe uma integração com o município. “É necessário organizar essa estrutura, regulamentando e fiscalizando essas atividades”, disse. O candidato propõe a criação de novas áreas públicas para os ambulantes, como a construção de mercadões populares. Para o transporte, Alencar destaca a necessidade de criação do bilhete único e da ampliação das redes ferroviárias e de metrô no Rio de Janeiro, em parceria com os governos Estadual e Federal. “Os trilhos são a solução para o transporte público no Rio”, disse o candidato.
Chico Alencar, do PSOL, é o terceiro candidato à prefeitura do Rio de Janeiro a participar do debate no Fórum de Ciência e Cultura. Já se apresentaram Eduardo Serra, do PCB, e Paulo Ramos, do PDT. Os próximos debates acontecem, no mesmo local, nos dias 15 e 24 de setembro, respectivamente com Alessandro Molon, do PT, e Eduardo Paes, do PMDB. O Fórum de Ciência e Cultura fica na Avenida Pasteur, nº250 – campus UFRJ da Praia Vermelha.