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Um olhar sobre a História da Imprensa brasileira

 Para comemorar os 200 anos da imprensa no Brasil, o Setor de Extensão da Escola de Comunicação (ECO) está promovendo o Simpósio “Impressões: Caminhos da Imprensa”. O evento começou ontem, dia 9, no Salão Pedro Calmon, e prossegue até hoje. A programação contou com uma mesa-redonda, coordenada pela professora Ana Paula Goulart, da ECO. Com o objetivo de apresentar e comentar épocas importantes do jornalismo brasileiro, foram convidadas as pesquisadoras  Isabel Lustosa, da Fundação Casa Rui Barbosa, Marialva Barbosa, professora do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal Flumeninse (UFF) e Carla Siqueira, professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio).  

Isabel ressaltou a importância da análise de caricaturas oriundas de revistas e jornais do passado para compreender a vida e o comportamento dos indivíduos de um determinado momento histórico, como, por exemplo, a Regência. Além disso, para a professora, a produção jornalística do período da Independência também foi muito rica: “O trabalho realizado através dos jornais foi determinante para “O Fico” do então príncipe Pedro I”.

Outra época marcante para a imprensa foi a década de 20, quando tiveram início a popularização do jornal e o chamado jornalismo sensacionalista. Marialva comentou a esse respeito: “A morte de Roberto Rodrigues, irmão de Nelson Rodrigues, pode ser considerada o ponto principal dessa tipologia sensacional”, afirmou a palestrante. Segundo ela, “a História é uma interpretação do passado baseada no presente”, e refletir sobre “como essa descortinação do ser humano, através da exposição de tragédias e sensações, popularizou o jornal” é essencial para os estudantes de comunicação. 

Carla Siqueira, professora da PUC, também abordou o tema. “O sensacionalismo sempre me chamou a atenção”, comentou Carla, que produziu uma tese de doutorado sobre os jornais populares ligados à política nos anos 50. Ela utilizou como objeto de estudo os jornais “O Dia”, “Última Hora” e “Luta Democrática”, todos veículos de comunicação marcados pela influência de lideranças populistas.

Ainda segundo Carla Siqueira, esse jornais evidenciaram a massificação da imprensa e a associação entre meios de comunicação e a política, nas esferas federal e regional, na história do Brasil. “Para esses políticos da segunda Era Vargas, era essencial incorporar os trabalhadores ao seu eleitorado, através de estratégias sensacionalistas”, complementou a professora.