Dois meses após ficar em quarto lugar na competição de barcos movidos à energia solar, o Frisian Solar Challenge, na Holanda, a UFRJ foi convidada no dia 28 de agosto, por José Manuel Pãez, vice-reitor de Relações Internacionais da Universidade Politécnica de Madri (UPM), com a qual a UFRJ possui um acordo de cooperação, a participar da Competição Solar Decathlon Europe (SDE) em 2010. A SDE reúne equipes de 15 a 20 universidades para construírem protótipos de casas que funcionem apenas utilizando energia solar.
O Solar Decathlon Europe foi criado pelos Estados Unidos e teve início em 2002, ano em que apenas participaram universidades americanas. No entanto, desde 2005 a SDE foi aberta a outros países. A competição é estruturada em torno de dez provas, durante as quais só podem participar alunos (professores acompanham), totalizando 1000 pontos distribuídos em arquitetura, engenharia, comunicação, viabilidade no mercado, iluminação, conforto, balanço energético e outros quesitos. As casas devem ser criadas dentro de uma semana com utilização de células fotovoltaicas e a idéia é que os protótipos consumam o mínimo de energia possível.
O professor Ericksson Rocha, diretor da Escola Politécnica (Poli/UFRJ) destacou a importância da participação da universidade nesta competição. “A Poli tem a prática de se envolver em vários projetos competitivos, que tem se revelado motivadores, desafiadores e também uma forma de criar entre os alunos, espírito de equipe multidisciplinar, o que é uma necessidade do mundo de trabalho”.
José Manuel Pãez mostrou a atuação da Universidade Politécnica de Madri nas competições anteriores para que os representantes das universidades brasileiras obtivessem conhecimento sobre a forma como as casas são estruturadas. Entre os elementos que as compõe, estão sistemas de alimentação inteligente, vidros eletrocrômicos (vidros que mudam de cor), captação solar fotovoltaica e sistema de aproveitamento de recursos hídricos. “A casa é pensada para funcionar dia e noite. Além desses aspectos, tem que ser avaliado o melhor meio de transportar os protótipos, que retornam ao país de origem após a competição. É uma casa itinerante”, declarou o vice-reitor de Madri.
Para a edição a ser realizada em 2010, foi assinado um compromisso entre o governo espanhol e os EUA para que a competição fosse sediada na Europa, o que vai ao encontro dos objetivos da União Européia de promover desenvolvimento sustentável e energias renováveis, sobretudo no ramo da construção. Para facilitar a participação das universidades, a Organização responsável pela competição dará um apoio no valor de 100mil euros a cada equipe.
Segundo informou o representante da UPM, o Solar Decathlon Europe reúne provas objetivas, sujeitas à medição e controle e provas subjetivas julgadas por diferentes juízes. Jose Manuel Pãez destacou ainda o caráter multidisciplinar da SDE, que reúne arquitetura, gestão, logística e comunicação das universidades. “Esta é uma oportunidade única de expandir o aprendizado dos estudantes da área teórica para a prática, além da própria geração e difusão de conhecimento, o que garante prestígio para cada Universidade participante”, declarou.
A proposta aprovada foi a de que seja feito um consórcio entre a Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Campinas (UNICAMP), UFRJ, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), para formar uma única equipe que possa representar o Brasil. A solicitação de participação das universidades deve ser feita até o dia 30 de setembro. A competição deve ocorrer entre maio e junho de 2010. Mais informações podem ser obtidas na página eletrônica www.sdeurope.org.