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Transtornos mentais são discutidos na UFRJ

 A abertura oficial do simpósio de comemoração dos 70 anos do Instituto de Psiquiatria (IPUB/UFRJ) aconteceu na manhã desta sexta-feira (5/7), no auditório Leme Lemos, com uma mesa-redonda sobre diretrizes para o tratamento de transtornos mentais. O evento contou com a participação de Márcio Versiani, diretor da instituição, além dos professores Antônio Egídio Nardi e João Romildo Bueno. Este último foi o responsável pela coordenação da mesa.

– Apesar de muitas pessoas acreditarem que sofrem deste transtorno, apenas 10% dos que se consideram doentes são realmente portadores do distúrbio. Somente aqueles que têm suas ações comprometidas podem ser classificados como pacientes que têm TDAH.  Percebemos então como a diagnosticação desse transtorno é realizada de maneira equivocada, já que ela é muitas vezes feita pelo próprio indivíduo ou, como nos casos com crianças, relacionada a problemas escolares -, afirmou Paulo Mattos, convidado para falar sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). 
 
A síndrome do pânico também foi um tema apresentado pelos palestrantes. Esse transtorno se torna evidente quando a ansiedade, que é algo normal e até importante, se torna exagerada, e acaba limitando o que o indivíduo faz e a sua qualidade de vida. Trata-se da agorafobia, um ataque que gera diversas fobias, a qualquer momento, devido a essa ansiedade aguda. O próprio IPUB realizou uma experiência de tratamento contra a doença, que concluiu que a melhor forma de combate ao distúrbio é a utilização do antidepressivo Clonazepam. Além disso, foram analisadas as possíveis conseqüências da abstinência desse fármaco após a pesquisa.

Outro assunto debatido na mesa-redonda desta manhã foi o transtorno bipolar. Apesar de muito freqüente na sociedade, ainda não foi encontrado nenhum tratamento satisfatório para a doença. Apesar disso, o maior problema é a sua relação com o suicídio. Pesquisas apontam que o transtorno bipolar é a maior causa do comportamento suicida, mesmo comparado com a depressão. Portanto, devido à limitação de um tratamento mais eficaz, psiquiatras que lidam com pacientes com transtorno bipolar deviam acompanhar sempre a literatura especializada no tópico e os casos clínicos mais recentes.

Após a apresentação dos transtornos, foi aberta uma seção de perguntas para a platéia, que questionou a relação dos hábitos e da herança genética dos pacientes com os tratamentos apontados, o impacto dos diagnósticos errados baseados em estatísticas na sociedade e a resistência dos pais ao tratamento psiquiátrico dos filhos.

Amanhã, ocorrerão mais atividades ligadas à comemoração dos 70 anos do IPUB.