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Congresso de Educação Médica discute história e perspectivas

 Personalidades da área médica do Rio de Janeiro se reuniram no Palácio Universitário da Praia Vermelha nesta quarta-feira, dia 18, para dar início ao II Congresso de Educação Médica da Regional RJ−ES. Com o tema central “200 anos de Educação Médica no Rio de Janeiro”, o evento comemora o bicentenário da Faculdade de Medicina (FM) da UFRJ. A vice-reitora da universidade, professora Sílvia Vargas, presidiu a mesa de abertura.

Fazendo um balanço de dois séculos sobre as escolas de medicina do Brasil − que passaram de duas, em 1808, para 175, em 2008 −, o presidente da Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM), Milton Arruda Martins, destacou a influência que a FM, a segunda criada no país, exerce ainda hoje. Com ele, concordou o vice-reitor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), Pedro Jutuca.

– O contato da UniRio com a UFRJ vem de longe, porque temos muito a aprender em medicina com a antiga Universidade do Brasil. Por isso, cultivamos uma troca constante, inclusive com professores em comum.

Após lembrar a criação de escolas médicas no país – possível com a vinda de D. João VI à colônia –, o decano do Centro de Ciência da Saúde (CCS), Almir Fraga Valadares, observou a permanência de um aspecto comum depois de tanto tempo passado:

– Com todo o avanço tecnológico, que nos permite hoje ter os instrumentos complementares e fundamentais para a transmissão de conhecimento, continua insubstituível a relação médico-paciente, médico-estudante, professor-estudante. Permanece o lado afetivo, emocional, pessoal.

Em tom diferente dos demais membros da mesa, o presidente da regional Sudeste da ABEM, Francisco Barbosa, reconheceu a importância das grandes conquistas na área de ensino médico, mas lembrou das dificuldades que ainda existem, colocando aos demais o objetivo central do congresso:

– Não é raro se ouvir dizer que o Brasil é um país que não tem memória. No momento atual da educação médica, o desconhecimento se explica, em grande parte, pela ausência de uma disciplina: a história da medicina. No entanto, esse congresso precisa ser mais que história; precisa ser reflexão sobre os rumos da educação médica.

Além das pessoas citadas, compuseram a mesa de abertura do II Congresso de Educação Médica da Regional RJ−ES o sub-secretário de Saúde do município, Valmir Pessanha; o diretor do Instituto de Psicologia (IP), Marcos Jardim; o coordenador discente da ABEM, Henrico Stut, a representante da Secretaria de Estado de Saúde, Sueli Pinto; e o diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ, Antônio Ledo.

O evento prossegue até o dia 21 deste mês, com conferências, painéis, fóruns, apresentação de pôsteres e oficinas. A programação completa das atividades está disponível no site.