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Palestra esclarece mudanças nas obras da usina de Jirau

 O auditório Pedro Calmon (Av. Pasteur, 250, Campus da Praia Vermelha) foi o local de palestra proferida pelo diretor de engenharia e construção da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), José Aílton de Lima, sobre as mudanças na obra da usina de Jirau no Rio Madeira, perto de Porto Velho, Rondônia. O evento foi organizado pelo Grupo de Estudo do Setor de Energia Elétrica, do Instituto de Economia da UFRJ.

A Chesf faz parte do consórcio Energia Sustentável, vencedor da licitação para a construção da usina, integrado também pela Suez Energy, Eletrosul, e Camargo Corrêa. O palestrante afirmou que o grupo deve entregar o projeto básico para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no final do mês de junho.

O projeto inicial das companhias venceu o leilão com a proposta do preço ao consumidor de R$ 71,40 pelo MW/h. Do ponto previsto no primeiro momento para a obra para o que se estuda agora, houve um deslocamento em 9,2 quilômetros rio Madeira abaixo, de acordo com os cálculos do consórcio.

A medida provocou contestação dos outros participantes do leilão, já que o edital fixava o ponto de localização da construção e permitia “mudanças microscópicas”. Além disso, o próprio diretor da Chesf admitiu que a obra corre novos riscos. “Não houve tempo de uma sondagem profunda do novo local, corremos riscos de haver falhas geológicas”, afirmou.

O executivo, no entanto, defendeu a alteração. “A expressão usada no edital está muito sujeita a interpretações subjetivas. Na minha, a mudança foi válida, cabe ao poder público dar seu parecer. Com o deslocamento, reduzimos o impacto ambiental e o custo da obra. Ele também traz a possibilidade de antecipação do início da geração energética. Tudo isso nos possibilita reduzir o preço ao consumidor, nosso objetivo final”, declarou ele.

O novo projeto aproveita a ilha do Padre como uma barragem natural, o que, de acordo com o executivo, reduz os impactos ambientais durante a construção e permite a redução da área escavada e a manutenção do leito natural do rio durante dois períodos secos.

A previsão do começo da construção é abril do ano que vem. Segundo informações de Lima, a expectativa é começar a gerar energia em março de 2012, um ano antes do previsto inicialmente.