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Mediação escolar: um novo papel profissional

Pesquisadores do Laboratório de Pesquisa, Estudos e Apoio à Participação e à Diversidade em Educação (Lapeade), da Faculdade de Educação (FE) da UFRJ, reuniram-se nesta terça-feira, dia 27, para debater o tema Mediação escolar: um novo papel profissional.

A convidada para falar sobre o assunto foi a mediadora escolar Paula Pereira de Carvalho, que começou sua explanação ressaltando a importância da educação inclusiva no Brasil e contrapondo os conceitos de integração e inclusão. De acordo com ela, no processo de integração, o aluno tem que se adaptar à escola, enquanto que, quando há inclusão, a escola abraça a criança e lhe oferece oportunidades para ser igual às demais.

No entanto, lembrando que a inclusão de alunos com necessidades especiais no ambiente escolar ainda não é uma realidade no país, Paula justificou a presença indispensável do mediador na sala de aula, que deve prosseguir apenas enquanto os professores e demais profissionais da educação não se adaptam para lidar com crianças que têm dificuldade.

– O mediador é um profissional que acompanha alunos com dificuldades em sua rotina escolar. Ele não substitui o professor nem exclui as outras pessoas da escola. Pelo contrário, ambos os profissionais devem trabalhar em conjunto para que o aluno possa se adaptar ao ambiente e aprender – explicou a palestrante.

Para chegar à situação ideal em que os professores saibam lidar com crianças especiais, é necessário que esses profissionais olhem os alunos integralmente; tenham consciência de que eles precisam de diferentes suportes; e adotem um currículo flexível, respeitando mais o ritmo da criança do que o calendário escolar. Porém, as dificuldades persistem:

– Como vai conseguir trabalhar individualmente com os alunos diante de um ritmo frenético, de um currículo fechado e de uma metodologia inadequada? E como fazer isso se o professor não tem estímulo financeiro, moral, tampouco tem tempo para se atualizar para receber novos alunos? – questiona Paula.

Lapeade

A palestra faz parte do projeto “Terças Abertas”, organizado pelo Laboratório de Pesquisa, Estudos e Apoio à Participação e à Diversidade em Educação (Lapeade) da FE, que promove encontros mensais abertos ao público, para a discussão de temas variados, com foco em processos e políticas de inclusão e exclusão na educação.

O “Terças Abertas” acontece sempre na terceira terça-feira de cada mês, às 17 horas, na Sala Anísio Teixeira – Avenida Pasteur, 250, Praia Vermelha. Os interessados em receber a programação devem enviar e-mail para lapeade.fe.ufrj@gmail.com.