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Semana do mestrado do IM começa com seminário

 Foi realizado pelo Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro(IM/URFJ), nessa segunda, dia 3 de março, na Decania do  Centro de Ciências de Matemática e da Natureza (CCMN), o seminário sobre “A herança de Bourbaki e a geometrização da matemática, passado e presente” sob a coordenação dos professores Luís Carlos Guimarães e Tatiana Roque. Foram abordados temas como a história da geometria, suas relações com a álgebra e a análise, contextualizando o papel dessa na matemática atual.

O circuito de palestras contou com a presença de Marc Chaperon e Daniel Bennequin, Doutores do Instituto de Matemática de Jussieu, Paris, e de Enrique Pujals, Doutor e pesquisador associado do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA). Eles deram uma aula sobre a influência de Bourbaki na matemática moderna e sua aplicação prática nas escolas e universidades, os fenômenos dinâmicos e estudos celulares envolvendo a geometria, respectivamente.

Para a coordenadora de Licenciatura do IM, Nedir do Espírito Santo, debater sobre a influência Bourbakiana na matemática contemporânea é fundamental para que os alunos possam se inserir nos diferentes meios de ensino e aprendizado da disciplina, sendo uma experiência útil e enriquecedora.

Quando perguntada sobre a importância dessas palestras, disse:
-Elas cumprem com a preocupação de documentar os fundamentos da matemática, ampliando o campo de visão dos estudantes.
Com a difusão das variadas formas de abordagem de tal disciplina haveria diminuição na exclusão do raciocínio nas escolas, provocada pela uniformização do método de ensino. Levar aos futuros professores essa discussão faz com que esses repensem as concepções e representações que orientam suas práticas pedagógicas. Isso pode favorecer o atual quadro de ensino brasileiro, pois enriqueceria os estudos que envolvem aluno, professor e o saber matemático, transformando qualitativamente o processo de ensino.

A proposta principal é a estimulação do raciocínio, crítica e autonomia dos alunos e, para isso, incorporar a matemática em seu cotidiano é uma necessidade. Em contraponto, o método em vigor confere “neutralidade” à matemática, tirando seus vínculos sociais e políticos, sendo uma proposta mais voltada para a formação de um especialista do que de um cidadão.

Segundo o professor, o ensino está cada vez mais fora do alcance dos alunos, que reproduzem apenas o que lhes foi dado. “Os alunos acabam por efetuar questões mais difíceis, porém entendendo menos o que fazem”, afirmou Marc Chaperon.