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Resgate ao período de ouro de Minas Gerais

 A aula Inaugural do Instituto de Geociências (IGEO), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), teve presença de Friedrich Renger, doutor em Geologia e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que falou sobre “A contribuição dos viajantes Naturalistas do século 19  para a evolução das Geociências no Brasil.”

A palestra ocorreu ontem, dia 18, no auditório do Roxinho, localizado no prédio do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) no Campus da Ilha da Cidade Universitária.

O professor, atualmente, se responsabiliza por difundir sua pesquisa da História da Mineração em Geologia, que interliga o ciclo do ouro e do diamante com a própria evolução histórica. Nela, atribui importância aos trabalhos cartográficos e meteorológicos, assim como as observações sobre a flora desenvolvidos pelos estrangeiros, que serviram de base para os conhecimentos atuais que temos do território brasileiro.

O Barão de Eschwege, por exemplo, estabeleceu a coluna estratigráfica do Pré-cambriano no Brasil. Em 1821, levantou um novo mapa topográfico de Minas Gerais e áreas vizinhas. Segundo o professor, muitos dos mapas da primeira metade do século 18, por exemplo, eram documentos secretos, e serviam de fonte de informação para muitos representantes do poder.

A palestra acabou sendo uma boa aula de História. Renger abordou a relevância da criação do curso de “Filosofia Natural” na Universidade de Coimbra, em 1972, que formou importantes personagens do contexto nacional como José Bonifácio, atribuindo poder ao estudo da Geologia. Ressaltou também como crucial para a vinda dos naturalistas estrangeiros para o Brasil, a vinda da corte, em 1808, e a chegada da comitiva da Princesa Leopoldina, em 1817.

O material cartográfico usado para tal pesquisa foi recolhido em instituições nacionais como a Mapoteca do Itamaraty, o Arquivo Nacional, o Arquivo Histórico do Exército e o Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, e internacional como o Arquivo Histórico Ultramarino, AHU.

Estavam presentes no auditório, os calouros de Geografia, Geologia e Meteorologia, cursos oferecidos pelo IGEO. Segundo o professor Luiz Maia, chefe de Departamento de Meteorologia, o estudo das Geociências é imprescindível, sendo mais ainda, o vínculo entre elas.

– O atual momento é muito importante para nossas áreas, toda a questão ambiental, mercado de trabalho, nosso comprometimento com a natureza, o que proporciona um momento muito importante na formação de vocês, que certamente serão bons profissionais e vão ajudar na preservação do planeta e na manutenção da qualidade de vida de toda a população. É o que nós planejamos. Então boas vindas a vocês e cuidem bastante do Ciclo Básico que certamente vão deslanchar – aconselhou o mestre.