Nesta quarta-feira, dia 26 de março, realiza-se a aula inaugural da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Marcada para às 11h e 30 min, no Salão Azul do Prédio da Reitoria, a aula terá a presença do arquiteto João Filgueiras Lima – Lelé.
O evento se dá em meio a realização do curso “Tecnologia a Serviço da Arquitetura” que teve início nesta terça, e tem como base a exposição do enorme repertório de projetos desenvolvidos pelo arquiteto, que há quase 50 anos se dedica ao exercício profissional.
Carioca, 76 anos, formou-se arquiteto em 1955 pela Faculdade Nacional de Arquitetura, da então Universidade do Brasil, hoje UFRJ. Sua carreira teve início durante a construção de Brasília, onde atuou como protagonista do nascimento da capital federal, construindo, projetando e colaborando com Oscar Niemeyer. Trabalhou na implantação da Universidade de Brasília (UnB), junto à equipe do Centro de Planejamento da UnB, período (1962) em que iniciou sua pesquisa teórico-experimental sobre elementos pré-fabricados, desenvolvida ao longo de toda sua trajetória profissional.
São escolas, CIACS, creches, centros religiosos, mobiliários urbanos, sistemas de drenagem e, mais recentemente, hospitais da Rede Sarah – concebidos a partir dos princípios básicos da sustentabilidade.
Lelé, como é conhecido por seus amigos e colegas de profissão, foi professor Titular da Universidade de Brasília – (aposentado em 1990) e Emérito na mesma instituição, a partir de 2005. Em 2003, também recebeu o título de professor Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia, estado onde reside atualmente.
Em entrevista concedida cerca de um ano a Valporto Real, Lelé assinala que as técnicas de pré-fabricação e uso da argamassa armada, uma de suas especialidades, teve poucos seguidores no Brasil, em especial pelo fato de ‘”para ter garantia de sobrevida exige um nível de produção tecnológica bastante controlado”.
Quando indagado sobre como avaliava a aplicação do conceito de sustentabilidade na arquitetura, Lelé afirmou: “Eu diria que há mais de 20 anos venho me exercitando nessa questão, com os primeiros hospitais de Brasília. Especialmente na criação de ambientes bem ventilados e iluminados, apelando para os recursos naturais. Mas também com a assepsia, procurando expor o paciente ao sol. Assim evitamos o uso de uma série de bactericidas e de produtos que têm conseqüências nefastas para o próprio paciente. A sustentabilidade não é intencional, está ligada a uma metodologia de trabalho.”
O Curso oferecido pelo Arquiteto Lelé é gratauito e vai até a próxima quinta-feira, sendo uma oportunidade para estudantes, professores e profissionais de arquitetura compreenderem a gênese, a evolução e a aplicação das técnicas construtivas adotadas ao longo da história, bem como, o rebatimento deste conhecimento na prática do arquiteto voltada para o contexto brasileiro.
Mais informações no site da FAU – www.fau.ufrj.br