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Calouros descobrem o universo da Física

 Foto: Agência UFRJ de Notícias
 

Calouros atentos á palestra de especialista em
Cosmologia

Ao longo deste semestre, o Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IF/UFRJ) oferece diversas palestras destinadas aos calouros do curso de Bacharelado em Física. O objetivo é orientar os futuros físicos recém chegados à Universidade, apresentando-lhes as diversas áreas de atuação de pesquisa, as possibilidades de carreira, entre outros assuntos.

A apresentação “100 anos de Cosmologia”, proferida por Ioav Waga, professor do IF, inaugurou hoje, dia 5, a série de eventos que compõem a disciplina “Tópicos de Física Geral I”, sempre às quartas e quintas-feiras, das 13h às 15h, no IF. Cada aula é uma apresentação realizada por um professor convidado – especialista no assunto abordado.

– Os calouros vão se ambientando ao Instituto e conhecendo a própria Física. Muitas vezes, eles entram aqui para fazer Física, mas não entendem muito o quê significa ser físico ou quais são as questões importantes na Física hoje em dia – declarou o professor Paulo Américo Maia Neto, também do IF e responsável pela programação do evento.

Segundo ele, é um choque sair do Ensino médio e vir para a Universidade, porque a organização da instituição é diferente. A Universidade encontra-se na fronteira do conhecimento, uma vez que este não é apenas transmitido, mas também gerado. O professor acrescenta: “é importante que os calouros tenham essa noção até para aproveitarem mais, se situarem um pouco mais, entenderem o que se faz aqui no IF e quais são suas possibilidades. Desde cedo, os alunos do IF já podem fazer Iniciação Científica, por exemplo”.

Expansão do Universo
Entre estrelas, nebulosas e galáxias, os calouros – em sua maioria do sexo masculino (havia apenas duas moças em um grupo de cerca de trintas rapazes) – se mostraram participativos e entusiasmados na palestra do professor Ioav, que falou sobre a Cosmologia dos últimos 100 anos, com foco nos estudos que mostram que o universo está se expandindo em uma velocidade cada vez maior.

Algumas das grandes questões levantadas pelo especialista foram: para onde as galáxias estão se expandindo? Onde está o centro do chamado Big Bang? O universo irá se expandir para sempre ou haverá uma contração? Segundo ele, perguntas como estas talvez jamais terão uma resposta certa.

– Se o universo está em expansão, eu posso “rodar o filme ao contrário” e  imaginar que, um dia, tudo estava junto. O que sabemos é que, no passado, o universo era denso e quente, mas são especulações, nós não temos teorias para definir como foi esse início. O Big Bang é uma extrapolação  – explicou o professor.

Ficou difícil de compreender? Uma metáfora, citada por Ioav, ajuda a esclarecer. A Física de hoje permite aos cientistas algo como ver uma casa ao longe. No entanto, devido à distância, eles não são capazes de identificar como ela foi construída, qual o número de cômodos, como é o quadro que está na parede ou se este quadro, de fato, está lá. O mesmo se aplica às origens do universo: sabemos que algo aconteceu, mas ainda não sabemos exatamente o quê. Uma grande explosão? Talvez, mas nada comprovado, uma vez que não se pode voltar no tempo e assistir ao nascimento do cosmos mais uma vez.

Curiosidades cósmicas
Para descontrair, Ioav trouxe algumas curiosidades do universo da Física. É difícil ter a dimensão exata de tudo o que compõe o universo, mas os Físicos estão aí para nos dar uma mãozinha quanto a isso. Em nossa galáxia, por exemplo, sabe-se que as estrelas encontram-se muito separadas umas das outras. Para colocar em dimensões do nosso dia-a-dia, o professor explicou que se o Sol fosse um grão de areia, a estrela mais próxima dele estaria a uma distância de aproximadamente 10 km.

Quando se fala em tempo, é ainda mais complicado de se imaginar. Estima-se que o universo surgiu há cerca de 14 bilhões de anos e que a Terra, comparada a isso, possui humildes 4,5 bilhões de anos.

Mais um jogo de associações, apresentado por Ioav, divertiu os calouros e ajudou a pensar nas escalas: se nosso planeta fosse uma senhora de 45 anos, as primeiras formas de vida teriam surgido 35 anos atrás. O Brasil, por sua vez, teria sido descoberto há 3 minutos; os primeiros humanóides chegaram por aqui na última semana; e os dinossauros, que chegaram ao seu ápice há cerca de um ano, foram extintos há uns quatro meses.