A UFRJ vêm utilizando o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) como ferramenta pedagógica. Através dele é possível propor tarefas, desafios, debates, relatórios, além de estimular os estudantes a interagir e trabalhar em equipe.
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Ambiente Virtual de Aprendizagem: uma ferramenta pedagógica

A UFRJ vêm utilizando o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) como ferramenta pedagógica. Através dele é possível propor tarefas, desafios, debates, relatórios, além de estimular os estudantes a interagir e trabalhar em equipe.

 A utilização de novas tecnologias no Ensino ainda é revestida de muitos preconceitos e para alguns ainda é um tabu. No entanto, a tecnologia da informação pode ser uma aliada nos processos didáticos. Na UFRJ, por exemplo, alguns professores vêm utilizando o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) como ferramenta pedagógica. Através dele é possível propor tarefas, desafios, debates, relatórios, além de estimular os estudantes a interagir e trabalhar em equipe.

Há pouco mais de ano, o professor e diretor da Escola Politécnica (Poli), Ericksson Rocha e Almendra, vem utilizando esta tecnologia nas aulas da disciplina Princípio de Ciências dos Materiais. Apenas 25% da carga horária são dados com metodologia convencional, ou seja, presencialmente. Nos outros 75%, o aluno pode resolver as tarefas da disciplina no AVA. A metodologia já sendo utilizada também na Escola de Comunicação (ECO), no Instituto de Matemática (IM) e no de Física (IF). 

O diretor explica ainda que com o AVA foi possível aumentar o número de exercícios, chegando a 900 ao longo do curso e também o de aulas práticas. “Não tendo que assistir a tantas aulas, ele pode fazer mais trabalhos fora de sala. Além disso, consigo cumprir, hoje, o programa composto por dez aulas práticas, este, até então, não tinha sido cumprido por nenhum professor”, ressalta Almendra, afirmando ainda que as aulas teóricas (presenciais) ficam mais densas e aceleradas.

Atividades

No início de cada período letivo, o professor determina as atividades a serem realizadas pelos alunos da disciplina. Entre elas, estão os exercícios de baixa complexidade, mas que requerem do aluno uma leitura apurada do livro utilizado pela disciplina e exercícios de alta complexidade. Todos os exercícios são corrigidos pelo próprio sistema, o que permite ao professor passar uma quantidade maior deles. Além disso, o próprio sistema cobra os prazos.

Existe também o desafio. Nele o professor propõe um problema com grau elevado de dificuldade a fim de os alunos o solucionarem. No entanto, de acordo com Almendra, o objetivo do desafio não é só a solução, mas os alunos aprenderem a trabalhar em equipe, aprenderem a enxergar possibilidades onde, aparentemente, não existem, e aprenderem a interagir, já que este tipo de problema requer sempre a ajuda do professor, que faz a indução da solução.

Outra tarefa é a elaboração de relatórios de aulas práticas, feitos em conjunto pelos alunos, sem necessariamente estarem juntos. No entanto, o sistema permite ao professor saber o que cada um produziu. “Com esta nova metodologia fica muito mais fácil acompanhar o aluno, porque desta maneira eu sei o que cada um desenvolveu, sei as notas dos exercícios de cada unidade dada, entre outros aspectos”, ressalta o professor afirmando que a tecnologia da informação o ajuda a avaliar melhor seus alunos. 

Há também um glossário de termos técnicos que os alunos elaboram uma definição ou melhoram uma já existente nele.

Software

De acordo com Almendra, o Moodle (software livre) cria um ambiente virtual de aprendizagem (AVA), disponibilizando diferentes recursos para os professores e permitindo um excelente sistema de comunicação entre docente e discente. “Não há como o aluno dizer que não recebeu uma mensagem minha e vice-versa”, ressalta.

Além disso, o sistema conta com uma agenda eletrônica onde todos os eventos do curso estão cadastrados e disponíveis aos alunos, um chat para tirar dúvidas em véspera de prova e um noticiário com informações do curso.

Com 24 horas de antecedência, os estudantes têm acesso ao conteúdo da aula (transparências) a ser ministrada no dia seguinte. Segundo o professor, desta maneira é possível dar uma aula mais concentrada sem que os alunos percam tempo fazendo anotações.

A implementação do AVA foi realizada em conjunto com a professora da Escola de Comunicação, Cristina Haguenauer, que deu suporte prático e pedagógico. De acordo com Almendra, é muito fácil montar a home page da disciplina e elaborar as tarefas para os alunos fazerem.

Vantagens e desvantagens

Segundo Almendra, esta é uma metodologia que, por ter a mesma eficiência no aprendizado, prepara melhor o aluno para o ambiente de trabalho contemporâneo – intensivo em trabalho cooperativo. “Acredito ser este o diferencial pedagógico da ferramenta”, analisa. Outro aspecto apontado pelo professor é que o número de alunos pode ser dobrado sem dobrar o de professores, ou seja, é possível ao professor dar a mesma aula para um número maior de alunos, desde que tenha a ajuda de monitores. “É muito pesado para um professor dar aula para mais de 50 alunos, mas com esta tecnologia é possível dobrar este número, porque os exercícios são corrigidos pelo computador”, enfatiza.

A única desvantagem é o processo de implantação do AVA, ainda é complexo e demorado.  Mas, de acordo com Almendra, não houve impactos das notas comparando as duas metodologias, e os alunos têm aceitado bem a utilização do AVA.