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PAC no Rio de Janeiro

 Realizou-se nesta quinta-feira, dia 27 de março, às 9h, a palestra "PAC no Rio de Janeiro" com o engenheiro Ícaro Moreno, presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (EMOP). O evento foi o primeiro da lista de atividades do segundo dia da Semana de Engenharia Civil 2008 que termina nesta sexta-feira, dia 28.

Ícaro apresentou os principais aspectos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, que alia investimentos em infra-estrutura com medidas econômicas para estimular setores produtivos e desenvolver ações sociais benéficas. Depois de um panorama geral se restringiu a falar das ações programadas para as comunidades de Manguinhos, Rocinha e no Alemão pelo PAC Rio.

Sobre o objetivo do empreendimento, Moreno enunciou: “A gente quer chegar onde estão os muros virtuais, fazer o Estado presente diretamente com uma legislação específica.” E para assegurar a eficiência do PAC citou experiências semelhantes que deram certo, como o “PAC colombiano” existente na cidade de Medellín, Santo Domingo, e o menos completo Programa Favela Bairro da Prefeitura do Rio.

— Todas as secretarias do estado estão integradas para desenvolver programas de educação, cultura e saúde e a EMOP é responsável pelas obras físicas — disse Ícaro começando a expor a idéia de que a transformação das necessidades em realidade é possível através de políticas públicas integradas: do diálogo entre a sociedade, as Secretarias de Estado e suas respectivas áreas técnicas, bem como com a de engenharia.

Dentre as intervenções físicas mais importantes estão a elevação da linha do trem em Manguinhos e a criação de um teleférico, no Alemão, que vai sair da comunidade Céu Azul e passará pela comunidade da Alvorada (Coqueiro), Morro do Adeus, até chegar a Bonsucesso onde será integrado à SuperVia. Cada cabine terá capacidade para transportar 3mil pessoas por dia e a duração do percurso, de 2,9 quilômetros, será de 19 minutos.

A maior dificuldade em nível de engenharia, disse Moreno, é o teleférico, pois é um projeto inédito no Brasil. Já a dificuldade para a área de intervenção social é a falta de um perfil formado das populações dessas comunidades.

Quando indagado sobre a questão da segurança nos locais das obras, Ícaro respondeu: “Para mim a segurança vêm na medida em que você integra a população, então o aspecto da violência, marginalidade, criminalidade e tráfico diminuem. A comunidade ganha auto-estima e acredito que todo mundo tem dentro de si um sentimento de melhora”. Disse ainda que nem ele nem os trabalhadores das obras tiveram problemas relacionados à violência nas comunidades e que todos os moradores têm se mostrado satisfeitos com o PAC. “Temos um relacionamento espetacular com as comunidades, tanto a Rocinha quanto Manguinhos e Alemão”, completou Moreno antes de convidar os estudantes de engenharia para uma visita aos canteiros de obra.