Discutir a idéia de leveza e do sublime nos meios de comunicação não é tarefa fácil hoje, principalmente quando se está diante de uma produção cultural que valoriza a violência, o excesso e o grotesco. Foi o desafio deste contraponto, no entanto, que motivou Denílson Lopes, professor da Escola de Comunicação (ECO) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a escrever o livro “A Delicadeza: Estética, Experiência e Paisagens”.
Lançado nesta segunda-feira (17/03), no Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ, o livro foi fruto de uma pesquisa desenvolvida por Denílson, entre 2002 e 2006, com o objetivo de suprir a deficiência acadêmica no que diz respeito à interface: estética / meios de comunicação de massa.
– Quando os cursos de comunicação foram criados, havia uma matéria obrigatória para todos, algo como a “Estética e cultura de massa”, porém, não havia uma bibliografia. Então, comecei a pesquisa para mudar este quadro e, ao mesmo tempo, para ter um posicionamento pessoal, de trabalhar com alguns valores em torno do tema da delicadeza – expôs o professor.
No evento, amigos, alunos e familiares estiveram presentes para prestigiar o autor e adquirir a obra. O primeiro a comprar o livro e receber autógrafo foi o pernambucano Maurício Liesen, estudante de pós-graduação da ECO e orientando de Denílson. Expectativas e motivos não faltavam ao universitário:
– Minha dissertação aborda a estética da comunicação, através de um levantamento teórico. Denílson é uma referência para mim, porque ele tem tradição trabalhando com o sensível e o belo, coisas que a racionalidade não toca. Quando as palavras faltam, a estética se aproxima – explicou.
Mesmo para os que não utilizarão “A Delicadeza: Estética, Experiência e Paisagens” como base acadêmica, sua leitura é uma boa pedida, de acordo com a mãe do autor, Georgina Lopes, que veio de Brasília para acompanhar o lançamento do terceiro livro do filho. “Comecei a ler ontem, e estou gostando. É uma grande alegria ter um filho assim, que sempre foi estudioso”.