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Encontro discute tratamento de câncer de próstata

As universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Federal Fluminense (UFF), Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) e Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) realizaram na última segunda-feira, 10 de março, o V Encontro Interuniversitário, no Auditório Halley Pacheco do Hospital Clementino Fraga Filho (HUCFF), na Ilha da Cidade Universitária, no Fundão.

O evento teve como objetivo promover a troca de experiências entre os especialistas para o incremento dos procedimentos hospitalares e pesquisas acadêmicas. Walter Koff, professor titular de urologia na UFRS, ministrou a primeira palestra do encontro, com o tema “Avanços em oncologia urológica”.

Os procedimentos para o tratamento da próstata
— quarenta por cento do tempo do urologista convencional são despendidos no cuidado com os males da próstata. E chega a 80%, no caso dos oncologistas da área – ressalta Walter Koff, evidenciando a freqüência da doença e a importância de seu tratamento.

O médico investigou diversos trabalhos da literatura médica sobre os efeitos da radioterapia. “Me surpreendi com a quantidade escassa  de trabalhos que cruzaram dados de diversas pesquisas. Mas apesar de apresentarem alguns problemas, eles apontaram que a radioterapia pode até reduzir a recidiva bioquímica do câncer, mas a sobrevida global e a mortalidade dentro de cinco anos acabou sendo igual, talvez em decorrência dos efeitos colaterais desse tratamento”, explicou ele.

O doutor também destacou que procedimentos como a incisão necessária para a cirurgia no tratamento da enfermidade pode trazer efeitos colaterais, entre eles a incontinência urinária. “Em registros médicos, podemos encontrar taxas de 8% de pacientes com esse problema em decorrência da cirurgia, mas em entrevistas, o número real se aproxima de 22%”, afirma o urologista. Os tratamentos para a incontinência variam desde a utilização de um esfíncter artificial a cirurgias para a sua correção.

Um dos tratamentos mais recentes é o ultrassom focado de alta intensidade. O Equipamento elipsóide emite temperaturas de cerca de 80°C em seu ponto de foco, possivelmente destruindo o tumor. Podem ser feitas várias sessões, já que existe a possibilidade de haver vários tumores. Um dos pontos importantes desse tratamento é que não é invasivo.

Os presentes discutiram ainda diversas outras possibilidades de tratamento, como a adoção de um robô para as cirurgias. O palestrante argumentou que a nova tecnologia traz algumas vantagens, como a redução do tempo de aprendizagem dos procedimentos cirúrgicos.