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Memória

Computação gráfica: uma aliada no ensino

 Arquivo LANTEG
  

Réplica do laboratório, construído por meio da
computação gráfica e com base na aquarela da
artista inglesa Harriet Moore

Mesmo para um aluno aspirante a engenheiro eletricista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), nem sempre é fácil imaginar um “campo elétrico de uma linha infinita de cargas”, ou um “campo magnético de um filamento”. Pensando nisso, professores do Departamento de Eletrotécnica da Escola Politécnica (DEE/Poli) criaram o Laboratório de Novas Tecnologias Para o Ensino de Engenharia Elétrica (LANTEG). Um dos objetivos é ajudar os graduandos do curso a entender melhor o eletromagnetismo, cujos conceitos podem chegar a um nível de abstração capaz de dificultar o aprendizado.

O projeto LANTEG, que em agosto de 2008 completa dez anos, desenvolve recursos educacionais a partir das tecnologias de Computação Gráfica e Realidade Virtual (VRML). Em outras palavras: com softwares, computadores e conhecimentos de engenharia, computação e História – aliados a uma dose de criatividade -, é possível simular situações, ambientes, conceitos, máquinas, entre outros, o que auxilia o ensino e a compreensão dos conteúdos relacionados à eletricidade e ao magnetismo.

Real e Virtual
Algumas máquinas elétricas antigas, por exemplo, são de difícil acesso, pois se encontram apenas em poucos laboratórios no mundo. Graças à computação gráfica, são criadas realidades virtuais, onde estas máquinas podem ser construídas, desmontadas e operadas pelos estudantes.

– O conteúdo didático dessas máquinas é muito grande, pois através delas conseguimos segmentar, no aluno, os conceitos do eletromagnetismo. Ele pode manipulá-la na tela do computador e ir aprendendo enquanto isso. É como um laboratório virtual -, declara o professor José Carlos de Oliveira, que coordena o projeto.

O ambiente real do LANTEG localiza-se no bloco I do prédio do Centro de Tecnologia (CT/UFRJ), Ilha da Cidade Universitária, em um espaço equipado com hardwares e softwares multimídia. O ambiente virtual, por sua vez, comporta os textos eletrônicos básicos do curso de Engenharia Elétrica, toda a coleção de visualizações, simulações e modelagens dos fenômenos elétricos e magnéticos em computação gráfica, a biblioteca de recursos audiovisuais (vídeos, imagens, slides), entre outros.

História
O LANTEG, segundo José Carlos, une três áreas distintas: a técnica, a computação gráfica e a História da Ciência. Um dos projetos que mais evidenciam a confluência destes três tipos de conhecimento consiste em uma réplica do laboratório de Michael Faraday, localizado originalmente na Royal Institution, em Londres.

A cópia em computação gráfica foi feita com base em uma aquarela do século XIX pintada por Harriet Moore, uma artista inglesa. Os estudantes podem fazer uma visita virtual ao local onde trabalhava Faraday, aprendendo mais sobre o cientista e sua importante contribuição para os princípios da Teoria Eletromagnética. Para aqueles que quiserem conhecer mais a respeito do trabalho do LANTEG, basta visitar a página eletrônica do projeto: http://www.dee.ufrj.br/lanteg .

– Temos muito material desenvolvido para disponibilizar na internet, o que será feito ao longo deste ano. É importante ressaltar que os professores que trabalham no projeto não recebem nada por isso, somos voluntários. Nesse sentido, acabam faltando recursos, o que impossibilita, por exemplo, a melhoria dos equipamentos -, conclui o coordenador do LANTEG, que está em busca de mais apoio para o projeto.