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Computador quântico: uma busca da nanotecnologia

 A computação na nanoescala foi o novo tema abordado no ciclo de conferências Nanociências e Nanotecnologias da Coordenação de Programas de Estudos Avançados (COPEA) da UFRJ. Belita Koiller, coordenadora do Instituto do Milênio de nanotecnologia e professor do Instituto de Física da UFRJ, falou sobre o controle quântico de partículas sub-atômicas, almejada para o desenvolvimento futuro de computadores quânticos.
Para Belita Koiller, dentro da extensa abrangência da nanotecnologia, a computação na nanoescala é uma das mais promissoras. Isto porque, atingindo a meta principal, que é alcançar o limite de miniaturização dos processadores em que os efeitos quânticos não são tão importantes, haverá a quebra da Lei de Moore que diz que o poder de processamento dos computadores dobra a cada dois anos. “O computador quântico é uma máquina hipotética, uma vez que ainda não o alcançamos”, comentou Belita. O que se pode falar deste processador são previsões que a física básica tem dificuldades em implementar.
A professora falou sobre as possíveis dificuldades e potencialidades desta máquina. Segundo ela, o computador quântico não vai impactar a vida dos usuários domésticos. Uma pessoa que trabalha com processador de texto, não se interessará por um quântico, pois este apresentará poucas operações matemáticas mais rápidas do que as daquele. As poucas operações são as utilizadas nos códigos de defesa da internet, encontradas em transações bancárias e relações militares secretas. A quebra dos códigos envolvidos em trânsitos de informação como esse, em computadores usuais, levaria um tempo muito grande para ser realizada; enquanto que, em um quântico, a quebra seria preocupante. “Os códigos de proteção na internet, como os de proteção de mensagens militares, terão de ser trocados, caso venha a ser fabricado um processador quântico”, falou Belita.
A professora se anima com conferências como as realizadas pela COPEA. “É uma oportunidade de provar que a pesquisa básica em nanotecnologia não visa o imediatismos, mas sim, cobrir a distância entre o Brasil e outros países nesses estudos”, comentou Belita. A professora faz parte do grupo teórico e experimental da UFRJ sobre a computação na nanoescala. “São muitos os grupos como o nosso espalhado pelo Brasil. Nosso país não tem que ficar a reboque, comprando tecnologia pronta; mas sim, à frente das pesquisas científicas. Temos potencial para isso”, concluiu Belita.
Os próximos encontros nanotecnológicos, no Forum de Ciência e Cultura, serão realizados, nos próximos dias 18 e 25, às 17:30h, com os temas, Nanomateriais Poliméricos e OLEDs – A luz das moléculas, respectivamente.