Categorias
Memória

Trem de levitação magnética pode dar prêmio a professor da UFRJ

 O Prêmio Santander de Ciência e Inovação, o qual enaltece pesquisadores-doutores por seus trabalhos científicos de caráter tecnológico-inovador, tem três membros da Universidade Federal do Rio de Janeiro como finalistas desta edição de 2007. Um deles é Richard Stephan, professor do Programa de Engenharia Elétrica da UFRJ, que concorre com o projeto de um trem de levitação magnética, chamado Maglev-Cobra.

Programado para circular inicialmente na Cidade Universitária, o trem – desenvolvido no Laboratório de Aplicação de Supercondutores (LASUP) da Coordenação de Programas de Pós-graduação em Engenharia (Coppe) e da Escola Politécnica (Poli) da UFRJ – apresenta inúmeras vantagens em relação aos veículos de transporte coletivo existentes.

Além de não consumir combustível fóssil e, portanto, não liberar gases poluentes na atmosfera como o ônibus faz, o Maglev apresenta maior capacidade para subir rampas do que os trens comuns e pode fazer curvas com raios de até 30 metros, pelo fato de não possuir rodas nem trilhos e de ter o corpo compartimentado. Isto possibilita sua adaptação ao perfil da cidade:

– O trem de levitação traz uma visão futurista que, acoplada com criatividade e arquitetura, pode fazer uma peça bonita passar na sua frente a 70 km/h flutuando, sem fazer barulho nenhum -, adverte o coordenador do LASUP.

De acordo com Richard, a desvantagem do sistema de levitação magnética é ser desconhecido: “esse projeto é uma quebra de paradigma. Estamos habituados a nos transportar por rodas. Quando chega alguém e diz que tem uma solução melhor, gera desconfiança”.

Para romper o preconceito, o pesquisador aposta em um protótipo em escala real com capacidade para transportar até seis passageiros por módulo, em um trajeto de 114 metros. Aprovado no teste, o trem deve funcionar no campus do Fundão, ligando o Hospital Universitário ao prédio da Reitoria, totalizando um percurso de 3 quilômetros.

Tecnologia do Maglev

O Maglev levita através de um campo magnético obtido com o resfriamento de supercondutores a uma temperatura de 196 graus centígrados negativos. Esse sistema de funcionamento é naturalmente estável, como explica Richard:

– Não é preciso forçar nada. Trabalhando com supercondutores, o trem levita como se estivesse sobre um colchão magnético. Então, se dispensa a roda e faz a propulsão através de um motor linear, como um impulso.

Em termos de manutenção e de sofisticação técnica, a ausência de rodas e trilhos garante a dianteira do projeto em relação a custos: além de dispensar menor consumo de energia em relação aos outros veículos – visto que não há atrito mecânico que impeça o movimento (a não ser o do ar) – ele não exige lubrificação de rodas, nem alinhamento de trilhos.