Na última sexta-feira, 19 de outubro, o Centro de Estudos do Instituto de Psiquiatria da UFRJ – IPUB apresentou a palestra “O sistema de saúde mental dos Estados Unidos: análise e comparação com o do Brasil”, proferida por Patrícia Schmid, psiquiatra e vice-diretora do Instituto Municipal de Assistência a Saúde Nise da Silveira.
Segundo a doutora, o foco do debate era apresentar sua experiência de atuação no Hubert H. Humphrey Fellowship Program, da Fundação Franco-Brasileira de Pesquisa e Desenvolvimento – FUBRAS. A palestrante explicou que se trata de um programa oferecido em que se permanece um ano e meio nos Estados Unidos estudando e trabalhando na Organização de Saúde Mental, localizada na cidade de Baltimore, que trata de indivíduos com doença mental severa.
Schmid comentou, principalmente, sua experiência como estudante brasileira nos Estados Unidos e construiu uma linha de comparação entre o sistema Brasileiro e o modelo Americano de diagnósticos e técnicas de tratamento de certos transtornos. “Os candidatos às vagas possuem autonomia na escolha de cursos que deseja fazer”, ressaltou a psiquiatra. Patrícia afirmou que não existe imposição quanto à apresentação de dissertações ou outras formas de avaliação para se fixar em um curso.
A proposta do programa, de acordo com a vice-diretora, é garantir a especialização do estudante não só na teoria como na prática, a qual consiste em uma carga obrigatória de residência (atuação direta) de no mínimo seis semanas: “Cursei durante dez meses e mais seis, após conseguir uma bolsa de extensão integral”, declarou.
Patrícia Schmid lamentou pela falta de divulgação do programa: “É importante que haja mais palestras como essa, para disseminar essa chance”. Segundo a psiquiatra, o programa é aberto para uma seleção anual e todos os gastos estão incluídos na bolsa que se adquire: “Financeiramente a situação é bem agradável. Foi uma das maiores experiências da minha vida”, completou Patrícia.
Um dos maiores atrativos do Hubert H. Humphrey Fellowship Program é, segundo a palestrante, o fato de ser voltado qualquer indivíduo interessado naturais de países em desenvolvimento: “É uma oportunidade única de conviver com várias nacionalidades e culturas ao mesmo tempo, e em um mesmo espaço”, destacou. O mais interessante de acordo com a psiquiatra, é que as pessoas que buscam o programa não são somente profissionais na área de saúde mental “são advogados, agricultores, engenheiros. Vale a pena tentar”, concluiu Patrícia Schmid.