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IBGE traz ao Instituto de Economia uma síntese dos indicadores sociais de 2006

O Instituto de Economia da UFRJ recebeu, na última segunda-feira (1º), a diretora do Departamento de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ana Lucia Sabóia apresentou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2006, lançados em setembro. O levantamento completo da pesquisa está publicado no livro Síntese de indicadores sociais – uma análise das condições de vida da população brasileira 2007.

Divulgada anualmente, desde 1999, a publicação reúne indicadores sobre a realidade social brasileira, abrangendo informações sobre aspectos demográficos; educação; trabalho e rendimento; domicílios; famílias e grupos populacionais específicos, como idosos; negros; mulheres e crianças. Os dados são elaborados principalmente a partir dos resultados da PNAD que em 2004 ficou mais completa, ao ampliar sua cobertura para todo o território nacional.

Educação
Segundo Ana Lucia Sabóia, os indicadores educacionais medem o desenvolvimento do país e o nível de desigualdade. Um dos mais importantes e visados para definir investimentos internacionais é a taxa de analfabetismo.

Desde 1827, este índice é medido da mesma maneira. O agente de recenseamento pergunta para o entrevistado se ele sabe ler e escrever. As respostas mostraram, na última PNAD que a faixa etária em que o analfabetismo está concentrado é a de mais de 60 anos. Os grupos de raça negra ou parda também concentram a maior parte de indivíduos analfabetos e famílias com até meio salário mínimo têm a mesma realidade. A pesquisa mostrou que houve queda no número de analfabetos acima de 15 anos. A década de 60 registrou 40% de analfabetismo em pessoas com esta faixa de idade. Hoje, 10,4% estão nesta situação.

Domicílios
Um dado interessante que ilustra a mudança de postura e de valores familiares da população brasileira é a análise dos domicílios do país. Há 20 anos atrás, a média de moradores por domicílio era de 5,8. Hoje, as casas têm, em torno, de 3,4 habitantes.

Outro indicador que a PNAD divulgou, apresenta a distribuição de serviços básicos por domicílios. Somente 65% das moradias no Brasil apresentam simultaneamente água, esgoto e coleta de lixo para domicílios particulares permanentes urbanos. Outros serviços, não tão básicos assim, mas facilmente encontrados em lares da classe média, como telefone fixo, computador, geladeira, televisão em cores e máquina, de lavar não fazem parte do mobiliário de grande parte da população. Em 2006, apenas 18,5 dos domicílios possuíam estes equipamentos simultaneamente em regiões metropolitanas.

Família
A família, para o IBGE, é marco fundamental das relações sociais primárias, além de ser o lócus da reprodução e seu rendimento é determinante no nível de bem estar e de consumo. Por toda a sua importância no desenvolvimento da sociedade, as perguntas relacionadas ao perfil da família brasileira não ficam de fora de pesquisas como a PNAD.

Entre os dados referentes à família presentes no livro do IBGE está o percentual de casais com ambos ocupados. Em 38,4% dos casamentos no Brasil, homem e mulher estão empregados. A taxa de nupcialidade dos homens de 60 anos ou mais é quatro vezes maior que a de mulheres do mesmo grupo etário. De 1995 para 2005, os casamentos realizados entre cônjuges solteiros caiu de 91,5% para 65,9%. Há uma tendência de uniões em que pelo menos uma das partes é recasada.

Idosos
– O crescimento da população idosa no Brasil é um desafio do ponto de vista econômico e social para o país, visto que um novo paradigma está em curso -, comentou Ana Lucia Sabóia antes de apresentar algumas das informações que o livro IBGE publicou.

Em 2006, 10,2% da população brasileira é composta por idosos. Dentre eles, 65% são considerados referências em seus lares, mostrando o papel de destaque deste grupo no país.

Mulheres
A visão de gênero nas estatísticas nacionais começa a se consolidar. Cada vez mais, a mulher tem importância na sociedade. No bolo da população com 12 anos ou mais de estudos, as mulheres tiveram sua fatia aumentada, enquanto os homens caíram na participação. O mesmo aconteceu com o ensino superior, onde as mulheres participam mais da procura por cursos e da graduação.

Cor e raça
O IBGE apresenta hoje cinco opções de cor no momento de seus censos. O entrevistado pode se declarar branco, preto, pardo, amarelo ou indígena. Esta classificação divide opiniões e, por isso, está em andamento um processo de revisão e estudo sobre o melhor critério de avaliação.

A última PNAD registrou que houve um aumento do número de pessoas que se declararam negras e pardas, aumentando também o otimismo com relação a descriminação racial.

A divulgação completa dos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2006 pode ser encontrada do livro Síntese de indicadores sociais – uma análise das condições de vida da população brasileira 2007. A publicação está disponível no site do IBGE através do endereço
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2007/indic_sociais2007.pdf.