O Forum de Ciência e Cultura da UFRJ (FCC), criado na década de 70, tem categoria de Centro Universitário que promove e divulga o saber científico, cultural e artístico produzido dentro da UFRJ. Dentre as diversas funções, o Fórum busca promover o diálogo constante entre as áreas de ensino, pesquisa e extensão, que funcionam como tripé do aprendizado na vida acadêmica.
Ao colocar a universidade em contato com entidades e movimentos representativos da sociedade, o FCC trabalha como elemento provocador da troca de experiências e conhecimento entre o meio acadêmico e a cidade do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo em que funciona como uma vitrine de exposição daquilo de melhor produzido na UFRJ, representa um elo entre a universidade e o mundo.
Inicia-se agora, no mês de Setembro, uma nova gestão no Fórum, coordenada por Beatriz Resende, que sobre sua visão do Fórum afirma: “O ideal seria que o Fórum se constituísse numa espécie de vestíbulo, de um elegante hall de entrada da UFRJ, mas uma espécie de porta aberta por onde o saber de dentro saísse para ver como é o mundo lá fora e o de fora entrasse para ver o que acontece aqui dentro. Se essa gestão encontrar meios para que isso aconteça, ficarei muito feliz por poder fazer parte desta realização”.
Segundo a coordenadora do FCC, o Fórum foi passado com uma grande parte da programação já fechada. Algumas das atividades previstas estão em conformidade com o que a nova gestão acredita ser a vocação do espaço, outras nem tanto. A programação deve ser quase que inteiramente cumprida neste semestre em curso, já que compromisso foi anteriormente estabelecido.
Neste primeiro momento, o Fórum deseja realizar bem o papel que lhe cabe e suas dependências devem se oferecer à universidade e a cidade como locus propício ao debate, à transmissão de cultura e à exibição artística. Para que isso aconteça, as dependências do Palácio Universitário, cada uma delas com uma funcionalidade e com diferentes ambiências, devem, portando, estar em condições materiais adequadas a cumprir a função destinada ao Fórum de Ciência e Cultura. Antes de qualquer coisa, é preciso arrumar o espaço para oferecê-lo à comunidade da UFRJ e fora dela.
“O projeto que nos move, neste momento, não é o de inventar a roda, mas de fazê-la rodar”. A nova coordenação não deseja criar um novo Fórum, mas reafirmar a sua importância dentro da UFRJ. Em um momento em que a gestão da própria universidade busca modernizá-la, reestruturá-la e expandi-la, cabe o FCC seguir o mesmo rumo e recuperar seu patrimônio, ao mesmo tempo em que se moderniza, adquire equipamentos novos e se prepara para receber no Palácio do século XIX, o século XXI que já chegou há quase uma década.
A nova equipe, formada por Heliane Rocha, Superintendente Administrativa, e Denílson Lopes, Superintendente de Difusão Cultural e professor da Escola de Comunicação (ECO), com importante atuação na área de cinema e teatro, e outros colaboradores experientes, já está estabelecendo contatos dentro e fora da UFRJ para pensar na programação de 2008, que será mais ousada, mais internacional, mais crítica e política, e acima de tudo, voltada para a produção cultural da própria UFRJ. “É surpreendente ver que um espaço dedicado à ciência e cultura não tenha prevista nenhuma atividade idealizada pela Escola de Belas Artes”, declara Beatriz.
Enquanto 2008 não chega, o novo time está preparando participações do Fórum em eventos que acontecerão na cidade como o RioCena Contemporânea, as projeções de lançamentos cinematográficos acompanhados de mesas de debate e as discussões de questões inadiáveis, como a das TVs digitais.
“Sempre que qualquer instituição como o Fórum de Ciência e Cultura quiser impor seus próprios temas, sua escolha pessoal, seus interesses particulares ao público, a resposta será fraca”, afirma Beatriz Resende, que acredita que se a Coordenação do Fórum, com seu conjunto de colaboradores, conseguir ouvir quais os interesses da comunidade universitária e da cidade como um todo, se perceber quais são os temas que precisam ser debatidos, as questões que precisam “entrar” na UFRJ, a programação terá sucesso. Nesse ponto a mediação do Fórum é fundamental, pois possibilita a discussão de diversos temas e a apresentação da produção artística própria do meio intelectual que não encontra abrigo nos circuitos comerciais. “Estou certa de que responderemos ao desejo de um público absolutamente específico como é o do FCC”, destaca.
O Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ sempre serviu como grande apoiador de projetos de alunos e buscou abrir suas portas para os estudantes da UFRJ. Segundo Beatriz, o FCC não tem alunos, ou melhor, os alunos ligados ao Fórum são todos os alunos da UFRJ, estejam eles – atualmente – na Praia Vermelha ou não. Só que não é apenas aos alunos que a ação do FCC se dirige, mas também aos professores, com suas pesquisas e reflexões que vão, por vezes, para além da ação em sala de aula, e aos servidores técnico-administrativos, público interessado em diversas atividades culturais.
Beatriz lembrou ainda que o Fórum conta com parceiros dentro da UFRJ, também ligados à divulgação do saber: o Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ; o Museu Nacional; o SIBI (Sistema de Bibliotecas e Informação); a Editora UFRJ, a Casa da Ciência, a COPEA (Coordenação de Estudos Avançados da UFRJ) e o PACC (Programa Avançado de Cultura Contemporânea). “O Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ encontrará nessas instituições um apoio orgânico e concreto para esta nova gestão, que pretende manter o tradicionalismo com toques de modernidade que permitam sua integração aos projetos de reestruturação da universidade”, finaliza Beatriz.