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Banco do Brasil aprova a sustentabilidade aplicada

 A “Sustentabilidade em campanha” foi o tema do debate do ciclo de palestras sobre Responsabilidade Social do dia 13 de setembro, promovido pela professora Lucia Santa Cruz, da Escola de Comunicação da UFRJ. Ana Montenegro, Analista de Gestão de Pessoas e Responsabilidade Sócio-Ambiental do Banco do Brasil – BB foi convidada para discutir o assunto.

Inicialmente a analista explicou que filantropia difere muito de Responsabilidade Social. A primeira trata basicamente de ações sociais externas à empresa tendo como beneficiário principal a comunidade: “O Banco do Brasil chama as suas atitudes filantrópicas de Investimento Social Privado, que em 2006 investiu cerca de 100 milhões de reais em projetos e programas relativos à educação e geração de emprego e renda, com o objetivo de desenvolver as comunidades afetadas”, disse. Já a Responsabilidade Social — no caso do BB, Responsabilidade Sócio-Ambiental (RSA) — foca a cadeia de negócios da empresa que engloba preocupações com um público maior como acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, comunidades, governo e meio-ambiente: “Quem a pratica deve estar atento à demanda e a necessidade dos beneficiários, enquanto empresa, preservando a ética como compromisso e o respeito na relação com todos esses públicos”, esclareceu Ana. Implementou-se várias linhas de pesquisa até que o BB atingisse a RSA, que ainda é recente, mas, segundo Ana Montenegro está progredindo com eficácia: “O objetivo da criação de uma diretoria em RSA é incorporar as atitudes defendidas ao nosso dia a dia”, afirmou. A palestrante observou, portanto, que a Diretoria de Gestão de Pessoas e Responsabilidade Sócio-Ambiental certamente acabará, porque no momento em que os funcionários estiverem inseridos efetivamente no ideal do banco, ela não será mais necessária.

De acordo com a analista, o maior dificultador da implementação da consciência em RSA é converter a cultura das pessoas que já se acostumaram a um estilo de vida despreocupado com o meio-ambiente, para a política da empresa: “Para facilitar, o BB inseriu ideais e enfoques da RSA nos treinamentos e palestras — além dos cursos tradicionais para funcionários nas áreas de gestão, finanças e créditos — objetivando maior reflexão dos membros do banco”, declarou Ana. O BB também promoveu um programa de redução de insumos para fomentar o reaproveitamento de material utilizado, criar uma consciência de gastos nos funcionários da empresa e causar uma discussão sobre a necessidade da reciclagem que, para a palestrante, é bom para a economia de verba do banco e para o meio ambiente. Ana Montenegro afirmou que os maiores motivadores para BB optar pela RSA foi, primeiramente, o compromisso: “Somos uma empresa com consciência de sustentabilidade e ainda somos um banco público (51% das ações em posse do Governo Federal)”, ressaltou. Em segundo, a preocupação generalizada com as condições ambientais do planeta e como o aquecimento global pode impactar a economia mundial. E, finalmente, a vantagem competitiva gerada pela contenção de despesas e pela redução de impostos, que promovem a credibilidade da marca no âmbito de atuação.

A analista destacou que o BB apenas estabelece coligação com outras empresas que pratiquem a mesma consciência em RSA que o banco: “É uma maneira de sustentar o ideal e de preservar as qualidades da marca, visto que qualquer ato irresponsável da empresa coligada certamente prejudicará a imagem do BB”, disse. Para Ana, não há saída para as empresas, em todo o mundo, a não ser se adequarem ao modelo de sustentabilidade sócio-ambiental, visando apoio de outras empresas inseridas no programa e do próprio público consumidor. Recentemente o BB estabeleceu uma Agenda 21 Empresarial, que consiste em um plano de ação em Responsabilidade Sócio-Ambiental inspirado na Agenda 21 assinada pela Organização das Nações Unidas. Segundo Ana Montenegro ela possui três eixos: processo de gestão – envolve análise ambiental, valorização da diversidade (sexual, religiosa e racial), entre outros – negócios e investimento social privado — mencionado anteriormente.

Já a Fundação Banco do Brasil busca incentivar o voluntariado por parte dos funcionários (de 82 mil empregados, 16 mil já são voluntários), apoiar ONGs voltadas para a causa ambiental ou social, oferecer pequenos créditos facilitados à indivíduos de baixa renda, manter o Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB e incentivar a produção cultural e o esporte. A palestrante declarou que o BB incluiu um item nas metas de trabalho, tradicionais das agências, para o Desenvolvimento Regional Sustentável – DRS, em que a unidade é capacitada para realizar projetos e incentivos sócio-ambientais na região de atuação: “Assim o banco assume efetivamente o papel de agente desenvolvedor desse país”, lembrou Ana.

O DRS apóia atividades produtivas economicamente viáveis, totalmente justas e ambientalmente corretas, sempre observando a diversidade cultural: “O gerente do banco estipula onde serão os investimentos e promove a concertação — espécie de apontamento — de várias empresas filiadas ou coligadas que apresentam suporte técnico para que a prática financiada seja desenvolvida”, explicou a analista. Segundo Ana Montenegro, O DRS é uma estratégia negocial de sustentabilidade do próprio BB como empresa de fins lucrativos, no caso de médio a longo prazos, pois desenvolvendo a localidade economicamente a agência promoverá empregos e renda a pessoas que certamente o procurarão para abrir contas correntes e poupanças futuramente.