Frederico Rocha, professor adjunto do Grupo de Indústria e Competitividade do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ), apresentou na terça-feira, 11 de Setembro, sua pesquisa “Dinâmica da Concentração de Mercado na Indústria Brasileira, 1996-2003”. O objetivo, segundo ele, foi estudar a mudança na concentração dos mercados da indústria brasileira de mineração e transformação, nesse período.
Ao observar o índice de variação da distribuição e do tamanho das empresas, pôde-se constatar que a mudança foi, em média, reduzida. Apenas em um grupo de indústrias as alterações foram significativas. Como base de dados, foi utilizada a receita líquida de vendas por empresa da Pesquisa Anual do IBGE como variável para mensurar as parcelas de mercado de cada uma.
Os resultados da pesquisa indicaram um nível de concentração médio de dez empresas de igual porte atuando no mercado. Sendo que este é dominado em aproximadamente 40% pelas quatro maiores empresas. Além disso, poucos setores registraram grandes saltos de concentração, o que significa que a maioria dos grupos empresariais não estão inseridos no que é considerada a faixa regulável para fusões de acordo com as autoridades de defesa da concorrência.
Frederico argumentou também que o período analisado em sua pesquisa coincide com um forte movimento de aquisições e fusões. No que diz respeito às aquisições de empresas já atuantes no mercado, esse fenômeno propiciou a entrada em grande escala de outros grupos empresariais, principalmente multinacionais, a partir da compra de ativos.
A conclusão do estudo, que contou com a colaboração de Saluá Bueno, pesquisadora no Grupo de Indústria e Competitividade, e de Luiza Nassif Pires, aluna no IE/UFRJ, foi a de que as variações de concentração dependem das alterações nos índices de distribuição de tamanho das empresas, ou seja, de seus processos de crescimento. Outro fator de influência está na capacidade de extensão ou de contração das parcelas de mercado das empresas líder.