Categorias
Memória

I Jornada de Neurociência, Atividade Física e Esporte

A palestra magna da I Jornada de Neurociência, Atividade Física e Esporte do Instituto Brasileiro de Biociências Neurais (IBBN) foi ministrada, na última quinta-feira (30), pelo professor Olavo Feijó, no auditório do Instituto de Psiquiatria. Olavo diferenciou de forma descontraída os conceitos de sensação e percepção e a relação deles com a dor e com a prática de exercícios físicos.

Segundo o professor, é muito comum que as pessoas confundam o significado de sensação e percepção. A primeira é o mero registro de estímulos, assim como o olho registra luz e sombra. A segunda é organização e interpretação das sensações. “O olho não é capaz de interpretar o que acontece, ele registra o grau de luminosidade”, exemplificou Olavo. A diferença também está no fato de a percepção existir como função do consciente e a sensação, do inconsciente.

“A dor é um dos instrumentos mais importantes para a sobrevivência”, afirmou o professor. De fato, sem ela não seria possível identificar doenças e ferimentos. Há pessoas que sofrem do mal de não ser capazes de sentir dor. E há aquelas que são capazes de superá-la de maneira quase incompreensível, os atletas. Como o judoca que no meio da disputa por uma medalha torce o tornozelo e luta até o fim pela conquista.

Muito do que se discute sobre esporte e atividade física está na fisiologia do exercício (sensação), mas é necessário entender os valores dos que praticam (percepção). “Se quero entender percepção, devo entender os valores das pessoas”, garantiu o professor. “É difícil entender como um atleta é capaz de superar uma contusão e seguir competindo quando outro indivíduo poderia desmaiar de tanta dor. Este comportamento se deve ao valor que aquele momento tem para o esportista”, explicou.

O livro Psicologia para Esporte: corpo e movimento de Olavo Feijó, em breve, entrará em sua terceira edição.

Instituto Brasileiro de Biociências Neurais (IBBN)

O IBBN é um instituto privado, mas mantém vínculo com a UFRJ por ser composto por alunos de mestrado e doutorado da área de neurociência da universidade. Segundo a coordenadora do instituto, Bruna Velasques, o IBBN busca preencher lacunas que o meio acadêmico não oferece em pesquisa e atendimento à comunidade acadêmica.