Entre as primeiras impressões dos turistas, que desembarcam no Aeroporto Tom Jobim, a visão e o desagradável odor emanado dos Canais do Cunha e do Fundão. ">Entre as primeiras impressões dos turistas, que desembarcam no Aeroporto Tom Jobim, a visão e o desagradável odor emanado dos Canais do Cunha e do Fundão. ">
Categorias
Memória

Canais do Cunha e do Fundão em debate

Entre as primeiras impressões dos turistas, que desembarcam no Aeroporto Tom Jobim, a visão e o desagradável odor emanado dos Canais do Cunha e do Fundão.

Entre as primeiras impressões dos turistas, que desembarcam no Aeroporto Tom Jobim, a visão e o desagradável odor emanado dos Canais do Cunha e do Fundão. A esperança para que esses ares e a desoladora paisagem – nítida na retina dos freqüentadores da Ilha do Fundão – sejam transformados veio com o anúncio do Programa de Revitalização, Urbanização e Recuperação Ambiental para os canais. Parte dessa iniciativa, do Governo Estadual, começou a ser conhecida em detalhes, nesta quinta-feira (24/05), pelo Conselho Universitário da UFRJ, que irá deliberar sobre o caso em sua próxima plenária, no dia 14 de junho.  Mas pela importância e os impactos do tema, o reitor Aloísio Teixeira já adiantou que irá propor a criação de uma comissão permanente para acompanhar todos os desdobramentos do programa.
 
O subsecretário de Estado de Projetos e Intervenções Especiais da Secretaria Estadual de Ambiente, Antônio da Hora, apresentou aos conselheiros o projeto básico do programa, que prevê a retirada de 1,8 milhão de metros cúbicos de lodo. Sendo que deste material, 500 mil estão contaminados com metais pesados que passarão por um processo de tratamento, através dos tubos geotêxteis (geotubes). A tecnologia surpreende por ser capaz de transformar chorume sanitário numa água clara. “Uma das nossas dificuldades é que o calado (profundidade) dessa área é baixo, portanto vamos colocar escavadeiras sobre balsas para executarem a dragagem e a retirada de materiais maiores como pneus, carcaças de carro e colchões”, explicou o subsecretário, lembrando que a intervenção deve levar cerca de vinte meses para ser concluída.

O processo de despoluição, além da limpeza e do transporte hidráulico do material dragado, prevê o confinamento e a desidratação do material recolhido pelos tubos em aterros.
 
Questionado pelos conselheiros quanto ao custo da obra, o subsecretário lembrou que ainda não há essa estimativa, que dependerá das licenças ambientais que serão necessárias. Inicialmente, o secretário do Ambiente, Carlos Minc, anunciou à imprensa que as obras custariam cerca de R$ 60 milhões.
 
Seguida a apresentação do subsecretário, o professor João Graciano Mendonça Filho (IGEO/UFRJ) expôs o relatório técnico da Comissão de Desenvolvimento da UFRJ, que aponta para mais estudos, principalmente em relação à segurança e os potenciais riscos às comunidades. “Por mais paradoxal que pareça, há um caos em equilíbrio. Portanto, precisamos saber com precisão os dados químicos desses sedimentos, na maioria contaminantes orgânicos que produzem gases perigosos para saúde humana”, esclareceu o geólogo, frisando que o programa dos Canais do Cunha e do Fundão insere-se no contexto da revitalização da Baía da Guanabara, através da maior circulação da água.  “A situação do jeito que está não pode continuar e encaramos esse projeto como um primeiro passo”.