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Memória

Uma semana dedicada à coleta seletiva na Coppe

 Fotos: Fernanda Carvalho
Da esquerda para a direita: Hélio de Mattos,
Angela Uller, Andrew Bott e Walter Suemitsu

A I Semana Educacional da Coleta Seletiva na Coppe/UFRJ teve início ontem, dia 9 de abril, no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia. A Semana apresenta o projeto piloto “Recicla Coppe”, organizado pela Assessoria de Sistemas da Qualidade (ASQ), cujo objetivo é implementar a coleta seletiva na unidade, servindo de exemplo para as demais unidades e centros da Universidade. A programação do evento, que se estenderá até essa sexta-feira, prevê palestras, atividades culturais, exposições e feiras de artesanato.

A abertura da Semana ocorreu no auditório da unidade, e contou com a presença de Hélio de Mattos, prefeito da cidade universitária; Walter Suemitsu, decano do Centro de Tecnologia (CT); Angela Uller, diretora da Coppe; Andrew Bott, representante da Fundação Coppetec; e Carlos Minc, secretário estadual do Ambiente, que ministrou a palestra inaugural do evento, com o tema “Gestão Ambiental e Resíduos Sólidos”.

O professor Walter ressaltou a importância do evento ao citar o decreto-lei Nº 5.940, de 25 de outubro de 2006, segundo o qual todas as instituições federais devem implementar um projeto de coleta seletiva, unindo educação ambiental e responsabilidade social. “A idéia é levar essa iniciativa da Coppe, até o final do ano, para as demais unidades do CT. Esperamos que o ‘Recicla Coppe’ se transforme em ‘Recicla CT’ e, finalmente, em ‘Recicla UFRJ’ – declarou o decano da unidade.

A Coppe é ativa e presente quanto a iniciativas para resolução de problemas da Universidade, como destacou Hélio de Mattos. Ele citou o exemplo do asfaltamento que está sendo feito no campus do Fundão, que utiliza uma inovação tecnológica desenvolvida por um projeto da Coppe. É importante, segundo Hélio, que a idéia da coleta seletiva também seja amplamente divulgada por toda a Universidade.

Consciência ambiental: tudo se aproveita
Carlos Minc discorreu sobre várias leis e decretos que visam à manutenção do meio ambiente. Como exemplos, as leis pela reciclagem do PET e da pilha; lei estadual dos resíduos sólidos, que busca acabar com os lixões; decretos que instituem a coleta seletiva nas secretarias do estado, bem como o uso de papel reciclado na administração pública, entre outros.

Segundos dados sobre o lixo do Rio de janeiro, referentes a março desse ano, há cerca de 80 municípios com lixões e apenas seis aterros licenciados. “O lixão é a fusão entre o drama social e o ambiental: crianças convivem com animais, não utilizam roupas adequadas, têm contato com lixo hospitalar, chorume e gás metano”, declarou Minc. Estes últimos são gases poluentes, contribuintes para o efeito estufa e para a contaminação de lençóis freáticos, respectivamente.

O secretário estadual do Ambiente chamou a atenção para a importância da educação ambiental, na qual cada escola deveria ter um sistema de reciclagem; para ele, é possível “adotar” uma parte do meio ambiente, como um rio, saindo um pouco das aulas tradicionais. Isso possibilitaria uma aprendizagem prática dos problemas ambientais que fazem parte da nossa realidade.

Aliado a isso, também é essencial promover uma gestão das cooperativas de catadores de lixo, capitalizando-as e oferecendo condições dignas de trabalho, com equipamentos adequados e inovações tecnológicas.

Quanto ao projeto piloto da ASQ, ele opinou: “A Universidade faz muito bem em discutir a gestão de resíduos, o que vai além do ensino e das pesquisas, integrando a sociedade a seus projetos e servindo de exemplo”. Para ele, o lixo é uma espécie de “matéria prima fora do lugar”, que precisa ser devidamente tratada, e tais cuidados representam um ganho ambiental e social muito importante.

Minc concluiu falando sobre as tecnologias sustentáveis nas áreas do gás, etanol e biodiesel, por exemplo, para as quais a UFRJ tem papel importante na produção de projetos e pesquisas, o que possibilita ao Rio de Janeiro ganhar destaque e reconhecimento quanto às suas iniciativas sustentáveis.