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Doutores da UFRJ são finalistas de prêmio de Ciência e Inovação

Rio de Janeiro, 21 de novembro – O engenheiro Carlos Eduardo Pedreira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, lidera um projeto sobre uma nova forma de diagnosticar leucemia. Junto com a colega Elaine Sobral da Costa, da mesma universidade, e pesquisadores espanhóis, ele propõe a leitura automatizada do diagnóstico, por meio de uma técnica que reúne estatística, mineração de dados e análise computacional.

A proposta do grupo poderá ser aplicada a uma técnica de diagnóstico da doença já existente, a citometria de fluxo, que permite determinar as características individuais de milhares de células. Segundo o pesquisador, a principal dificuldade do diagnóstico convencional é identificar as células que possam representar a doença. “Isso exige operadores altamente qualificados”, afirma Carlos. Por isso, o grupo propõe a nova técnica, que pode apresentar resultados mais precisos. “A cura das leucemias já é uma realidade, mas depende de um diagnóstico precoce e da determinação precisa do tipo da doença”, observa.

Carlos Eduardo Pedreira, que fez doutorado no Imperial College da Universidade de Londres e pós-doutorado no Centro de Investigação de Câncer da Universidade de Salamanca, Espanha, é um dos 16 finalistas da segunda edição do Prêmio Santander Banespa de Ciência e Inovação, na categoria Tecnologia. Os vencedores de cada categoria – Indústria, Serviços, Tecnologia e Responsabilidade Social – serão anunciados dia 29, em cerimônia em São Paulo, e também divulgados no portal Universia Brasil (www.universia.com.br/premiosantander). O portal transmitirá a cerimônia em tempo real, a partir das 19h00, e o anúncio dos vencedores pode ser acompanhado pelo endereço www.universia.com.br.

Vacina mais eficaz

O farmacêutico Eduardo Fonseca Pinto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, potencializou a eficácia da vacina de mucosa contra leishmaniose (doença infecto-contagiosa transmitida de animais ao homem, por meio de picada de insetos). Ele criou uma fórmula com nanopartículas de quitosana, um polissacarídeo natural extraído de crustráceos da região de Cananéia (SP).

Eduardo destaca que o projeto pode gerar importante impacto social e ambiental. O desenvolvimento dessa vacina é fundamental para tratar a doença, de alta incidência em países em desenvolvimento. Além disso, o aproveitamento da quitosana descartada evita um problema para o ecossistema, segundo o farmacêutico. “Estamos em estágio avançado e já fizemos os testes de toxidez e alergia”, afirma.

O pesquisador, graduado em Farmácia, mestre e doutor em Ciências Biológicas e pós-doutor em Nanobiotecnologia, é finalista do prêmio na categoria Indústria.

Antiinflamatório extraído de planta

A também farmacêutica Mônica Freiman de Souza Ramos, da mesma universidade, partiu dos conhecimentos da medicina popular para comprovar a eficácia como antiinflamatório da oleoressina de copaíba, árvore comum na Amazônia e na região Centro-Oeste. Ela quer transformar a substância em um fitoterápico (remédio à base de plantas), totalmente desenvolvido no País.

Em ensaios animais, a pesquisa comprovou que o potencial antiinflamatório é cerca de três vezes mais forte do que o de alguns remédios do mercado. Com o valor do Prêmio Santander Banespa de Ciência e Inovação, Mônica pretende continuar a investigação. “Agora, é preciso descobrir como o princípio ativo funciona no organismo humano”, conta. Se tudo der certo, esse será um dos primeiros fitoterápicos genuinamente nacional. “Hoje, exportamos nossa flora e importamos os remédios feitos dela. Com a continuação da pesquisa, poderemos ter um antiinflamatório desenvolvido no Brasil”.

Mônica fez mestrado em Ciências Farmacêuticas na Faculdade de Farmácia da UFRJ, onde é professora, e doutorado na mesma área, na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP.

Texto: Joice Lima – Assessora de Imprensa do Universia