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Livro, produto que deve ser difundido

O primeiro dia do EDITORemAÇÃO, organizado pelos alunos do curso de Produção Editorial da Escola de Comunicação (ECO/UFRJ) e coordenado pelo professor Paulo César Castro, teve como tema  “Mercado e Economia Editorial”. 

A mesa de abertura, realizada dia 6 de outubro, contou com a presença do coordenador do curso de Produção Editorial, Paulo César, e a professora Maura Sardinha. Os palestrantes convidados foram: o professor Fábio Sá Earp, do Grupo de Estudo Economia do Entretenimento (GENT – IE/UFRJ) e Cecília Costa, jornalista, historiadora, escritora e ex-editora do suplemento literário ‘Prosa e Verso’, do jornal O Globo.

“A 3a edição desse evento organizado pelos alunos visa discutir o mercado editorial dentro e fora da universidade, a fim de preencher brechas e trocar idéias e experiências de vida”, explicou a professora Maura Sardinha no discurso de abertura. 

Para o professor Paulo César, “é preciso enfatizar a importância de resgatar e reeditar o evento, é um ciclo de debates pequeno, mas tem um valor inestimável pelo trabalho dos alunos”. O ciclo prosseguiu até dia 8.

Juntos os palestrantes discutiram o impacto da mídia na divulgação de um livro e os fatores que determinam o preço do produto. 

Cecília Costa falou da importância dos livros, do mercado editorial e, sobretudo, dos cadernos literários para garantir maior visibilidade ao produto. “O novo autor precisa do caderno literário para se fazer conhecer”, e ainda acrescenta que no Brasil não há cadernos literários independentes, “falta um jornal de cultura que não esteja atrelado à grande imprensa, para dar opções de leitura, cultura e arte”. O mercado editorial no Brasil é restrito, de 180 milhões de brasileiros, são em média 18 milhões que lêem, aproximadamente dois livros per capita. “Editar livro no Brasil é uma coisa heróica e de muita coragem”, afirma Cecília, “é um setor tão arriscado nesse país que praticamente 10% da população lê e muito pouco”.

A jornalista finalizou sua apresentação reiterando “a necessidade de acreditar no mercado editorial e principalmente no potencial de leitura do brasileiro, o país estará condenado acreditar que livro é exclusivo para a elite”.

Fábio Sá Earp, do Insituto de Economia da UFRJ, explica que a produção de títulos no Brasil é, em média, 40 mil por ano, e que o faturamento das editoras caiu drasticamente desde 1995 – antes eram 5 bilhões de reais, em 2005 reduziu para 2 bilhões. Ultimamente as vendas no mercado cresceram pela queda dos preços. “Mesmo assim, os livros deveriam custar um terço do que eles são vendidos hoje” afirma Fábio. Para ele, o livro tem uma característica única: é um produto que vale a pena ser difundido, pois garante retorno. “O problema é que no nosso país não temos educação de base, e a falha crucial é não estimular e criar o hábito de leitura nas escolas. Temos que preparar o leitor para o futuro”.