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HUCFF debate gestão hospitalar


O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) promoveu, dia 29 de setembro, um debate sobre os rumos a serem seguidos para a busca de modelos mais eficientes de gestão hospitalar de instituições públicas. O evento contou com a presença de José Carvalho de Noronha, médico da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, e do professor Alexandre Pinto Cardoso, diretor do HUCFF, entre outros.
 
Segundo o diretor do HUCFF, os hospitais universitários não podem ficar de fora das reflexões dos novos modelos administrativos. “Não podemos esquecer nossas características, mas temos que melhorar nossos métodos de trabalho. Precisamos discutir detalhes para ter qualidade. Esse tipo de debate enriquece, principalmente para um hospital que quer ser o melhor do Rio de Janeiro”, declara Alexandre Cardoso.
 
O público teve a oportunidade de ver a exposição de um case de gestão hospitalar apresentada por Nacime Salomão Mansur, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e diretor do Hospital Geral de Pirajussara (São Paulo), que expôs sua experiência nas Organizações Sociais com Interesse Público (Oscip) – modelo de organização pública tida como eficiente e voltada para a cidadania.
 
De acordo com Nacime Mansur, o gestor nas Oscip tem absoluta autonomia para tomar as decisões que julgar necessárias, porém ele estará sempre subordinado aos resultados que devem atender da melhor forma possível às demandas. Essas metas qualitativas e quantitativas, que devem obrigatoriamente ser alcançadas, são estipuladas em um contrato de gestão. “A ênfase no resultado é fundamental para criar a cultura de busca permanente da melhoria da performance”, argumenta Nacime.
 
O segundo tema abordado no encontro foi a possibilidade de inserção das Parcerias Público-Privadas (PPPs) nos hospitais públicos do Brasil. O coordenador do grupo de PPPs do BNDES, Marcos Barbosa Pinto, esclareceu o que seriam as parcerias e apresentou um modelo já adotado em 50 hospitais na Inglaterra.  Para ele, a grande vantagem das PPPs é o impacto imediato nas contas públicas. O Estado pode economizar nos investimentos, possibilitando a utilização de seus recursos escassos em outras áreas.
 
Após as palestras, Pedro Barbosa, professor da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fiocruz, comentou as possibilidades dos modelos de gestão expostos: “estamos superando a fase experimental. Há 15 anos, muitos novos modelos vêm sendo praticados e isso dificulta a escolha mais eficiente e qualitativa. Não estamos atrás de algo único, porém é preciso identificar as características dos modelos a serem reunidos, valorizando sempre o direito à vida”, declara Barbosa, que ainda apresentou o novo modelo desenvolvido pelos ministérios da Saúde e do Planejamento que será adotado pelos hospitais federais. Os princípios básicos norteadores do plano pressupõem que o Sistema Único de Saúde (SUS) seja integrado, autônomo e com flexibilidade de gestão, com novos mecanismos de prestação de conta e de relação jurídica.