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Álcool prejudica formação fetal

O simpósio Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) aconteceu no dia 15 de setembro no Forum de Ciência e Cultura. Segundo especialistas a Síndrome pode acorrer com a exposição do feto à bebida alcoólica, principalmente no primeiro trimestre de gestação, fase inicial de formação. As possíveis conseqüências da SAF vão desde o aborto espontâneo até problemas neuro-motores na criança.

Esses problemas podem surgir quando a criança nasce ou anos depois. O recém-nascido pode apresentar características fisionômicas próprias, como o achatamento na base do nariz, semelhante às crianças com Síndrome de Down.

 Ann Streissguth: "O alcoolismo difi-
culta a socialização"

Outro tipo de conseqüência aparece durante o desenvolvimento da criança. A convidada Ann Streissguth, pesquisadora da Escola de Medicina da Universidade de Washington, afirmou que nas suas pesquisas foi constatada a  dificuldade de socialização acompanhada de agressividade que podem evoluir para problemas na escola e em outro setores.

BRASIL

No caso do Brasil não existe uma campanha governamental na prevenção da SAF, porém Paulina Duarte, diretora do setor de Políticas Públicas e de Prevenção e Tratamento da Secretaria Antidrogas, afirmou que acaba de ser lançada uma nova legislação sobre drogas no Brasil, colocando a mulher como uma das preocupações centrais dessa nova política.

 "Síndrome aflige dois a cada mil nas-
cimentos", afirmou José Mauro Lima

Durante a palestra, o professor de neurologia da UFRJ José Mauro Lima afirmou a importância de se divulgar a síndrome no Brasil, pois o número estimado de ocorrência é de um a dois nascimentos vivos a cada mil.

José Mauro coordena um núcleo de Atenção Integrada ao Atendimento da SAF no Centro de Ensino, Pesquisa e Referência de Alcoologia e Adictologia (Cepral), no Instituto de Neurologia Deolindo Couto. O núcleo promove o acompanhamento pré-natal e clínico com neurologistas, psiquiátricas, psicólogos e assistentes sociais, diagnosticando e avaliando conseqüências da Síndrome.

EUA

Nos Estado Unidos o combate à SAF faz parte da Força Tarefa Nacional. Ann Streissguth elogiou o trabalho do grupo no Brasil, que mesmo não tendo um apoio governamental está mais desenvolvido, em alguns aspectos. Afirmou que uma de suas atuais propostas para os EUA é promover o atendimento médico integrado dos pacientes, proporcionar o envolvimento dos pais durante o tratamento e realizar campanhas na mídia.

A professora desenvolve o Programa de Assistência à Crianças e aos Pais (P–cap). A campanha trata de uma das maiores preocupações da pesquisadora: mães que sofrem da Síndrome. O trabalho com essas pacientes se baseia nas suas relações sociais e no ensino de trabalhos práticos, valorizando a sua autonomia.