Todos os anos, milhares de alunos se inscrevem no concurso de acesso aos cursos de Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Para dar oportunidade àqueles de baixa renda, a Comissão do Vestibular e a Divisão de Assistência aos Estudantes (DAE) oferecem isenções da taxa de inscrição no processo seletivo. Um fato chamou a atenção da universidade. Para o Vestibular 2007, foram concedidas 12 mil isenções, mas nem 10 mil foram preenchidas.
A coordenadora administrativa do vestibular, Mônica Conde, atribuiu esse fato à falta de acompanhamento do processo pelos candidatos à isenção: “todo ano, quando o aluno se candidata à isenção, acha que já está inscrito. Explicamos isso no edital, publicamos em jornais e sites ligados ao vestibular, mas, mesmo assim, o quadro se repete”. Além dos próprios candidatos, há cursos pré-vestibulares comunitários que têm associação com a universidade. Assim, os coordenadores inscrevem os alunos para a isenção, mas, depois disso, a responsabilidade é do candidato de acompanhar o processo.
Esse ano, a UFRJ inovou na forma de fazer a inscrição para a isenção ao utilizar a Internet e não fazer entrevistas, como acontecia nos anos anteriores. Após a inscrição virtual, os candidatos passaram por uma fase de triagem feita por assistentes sociais, que verificaram seus dados. “Tivemos 27.800 inscritos para a isenção. Na primeira linha de corte, convocamos 22 mil”, explicou Mônica. Dois dados importantes para as assistentes sociais são a renda per capita e o ano de conclusão do ensino médio: “o corte pela renda per capita foi de dois salários mínimos. Além disso, a prioridade foi para os estudantes que estão concluindo o ensino médio em 2006”, adicionou.
Os candidatos selecionados após essa linha de corte, deveriam enviar uma documentação pelo correio, comprovando os dados apresentados. Para aqueles que não pudessem ou não quisessem enviar dessa forma, a universidade disponibilizou dois postos de atendimentos: “durante o dia, atendemos no CCMN (Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza – Fundão) e, durante a noite, no IFCS (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais – Centro). Desses, poderíamos chegar a 12 mil isentos, mas cerca de 10 mil mandaram a documentação. Após a avaliação das assistentes sociais, fechamos em 9100 isenções concedidas”, complementou a coordenadora.
Constantemente, a universidade promove eventos para que as pessoas conheçam a UFRJ. É o caso do Conhecendo a UFRJ, que, na última edição, reuniu 10 mil visitantes no campus: “A universidade está de portas abertas e o Conhecendo a UFRJ mostra isso. Tivemos que fazê-lo em dois dias pela demanda do público”, disse Mônica. Além disso, a Comissão de Vestibular colabora com escolas e cursos, participando de feiras de profissões: “só em agosto tivemos 18 feiras agendadas, onde divulgamos o calendário, o manual do candidato etc.”, afirmou.
Como disse Mônica Conde, a intenção da UFRJ é conceder o maior número de isenções para os vestibulandos, principalmente porque a matrícula no vestibular R$ 95,00, preço muito elevado para os de menor renda. Para a universidade, entretanto, esse valor não é alto, dado o modelo de provas. “Têm os Testes de Habilidade Específica (THE) para os candidatos de Arquitetura, Desenho Industrial, Direção Teatral, Dança, Música; tudo isso está incluído dentro do vestibular. É uma etapa em que a gente avalia cerca de três mil candidatos e está incluso na taxa, pois não é cobrado à parte. Além disso, temos o manual, a revista, o pedido de vista de prova, o pedido de revisão, que demandam gastos. Temos ainda uma banca de correção, com cerca de 400 professores trabalhando durante um mês, corrigindo as provas, que são todas discursivas”.
Para o Vestibular 2007, a comissão apresentou algumas novidades. Para Pedagogia, por exemplo, houve um aumento em 10 vagas e uma mudança no turno; a turma do segundo semestre passa a ter aulas à noite, e não à tarde, como antes. Na Biblioteconomia, a entrada se dava no segundo semestre; agora, será no primeiro. Mudança também na Engenharia, em que a Química Industrial se separou das Engenharias Química, de Alimentos e de Bioprocessos, que, antes eram juntas, mas o número de vagas total continua o mesmo.
Quanto à procura dos cursos, a coordenadora disse que os clássicos ainda são os mais escolhidos: “em primeiro, temos Medicina, seguida por Direito, Comunicação Social, Administração e Psicologia”. Por ano, concorrem para o vestibular da UFRJ cerca de 50 mil candidatos. “Até o momento, estamos com 35 mil inscritos, sendo que ainda temos uma semana e meia de inscrição”, complementou Mônica.
No Vestibular 2005, a UFRJ ofereceu 6384 vagas, enquanto que, no do ano seguinte, esse número subiu para 6615. Para a edição de 2007, os candidatos concorrerão a 6652 vagas para os cursos de graduação da universidade. “A UFRJ ainda é a maior deste país e uma referência para o Rio de Janeiro”, concluiu Mônica Conde.